Um programa de uma rede de televisão chinesa colocou à prova a famosa honestidade japonesa. A atriz vai atrás das pessoas nas ruas dizendo-lhes que caiu uma nota de ¥ 10.000, valor equivalente a aproximadamente 270 reais. Assista ao vídeo e confira a reação dos japoneses.
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=vHBgNr-x2zQ?rel=0]
A pegadinha confirmou aquilo que nós já imaginávamos: Sim, os japoneses são realmente bastante honestos.
Essa não é a primeira vez que a integridade dos japoneses é testada. No próximo vídeo, por exemplo, publicado em 2015, o YouTuber japonês Zenim do canal Monkey Python faz um pequeno experimento social.
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=t56YVMBDISk?rel=0]
O resultado? 100% honestos.
Embora a sinceridade e os valores éticos do povo japonês já sejam conhecidos mundialmente, isso não quer dizer que no Japão não exista desonestidade ou corrupção, mas sim que a maioria das pessoas são honestas.
No país, grande parte do dinheiro ou dos objetos perdidos retornam para as mãos do dono. De acordo com a Polícia Metropolitana de Tokyo, em 2016, a quantia de dinheiro perdido nas ruas da capital e entregue às autoridades somou ¥3,6 bilhões. Sendo que cerca de ¥2,7 bilhões, ou seja, 74% do valor total, foram devolvidos aos proprietários.
Além disso, milhares de objetos entram anualmente no sistema de Achados e Perdidos do Departamento da Polícia Metropolitana de Tokyo. O número total de casos de perda de propriedade, no ano passado, incluindo dinheiro e outros itens, chegou a 3,83 milhões.
Segundo a lei, o dono tem o período de três meses para registrar a perda. Após esse prazo, se ninguém aparecer, o item é entregue àquele que o encontrou. Já, se esta pessoa não quiser o pertence, o dinheiro e os rendimentos da venda dos bens vão para os cofres do governo metropolitano de Tokyo.
Esse gesto pode ser observado até em tempos difíceis. Depois do terremoto e tsunami de 2011, entre os escombros de casas e empresas, quase 6 mil cofres foram encontrados e entregues à polícia que puderam devolver os pertences aos seus devidos donos.
Mas, qual é a motivação por trás dessa propensão japonesa em devolver os bens ao invés de apropriar-se deles? Além de tratar-se de uma lei que obriga a entrega de objetos perdidos nas ruas, a gerente do Centro de Sistema de Achados e Perdidos do Departamento da Polícia Metropolitana de Tokyo, Harumi Nakano afirma que há outros motivos. “Desde pequenos, os japoneses são ensinados, na casa e na escola, a entregar à um koban (pequenos postos policiais de bairro) ou à uma delegacia qualquer objeto que encontrem na rua. O fato de que há koban em todos os lugares também facilita o retorno de um objeto”, explicou Nakano à Huffington Post (tradução livre).
Veja a seguir uma campanha da Cruz Vermelha do Japão intitulada “Você pode fazer a coisa certa?”, em que o foco é a honestidade representada pela ação de crianças, deixando implícito que tal gesto deve começar desde cedo.
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=QQ16XqAc2Ck?rel=0]
Seja por influência da lei ou devido à questões culturais, grande parte da população faz jus à fama de ser um povo honesto.
Fonte: Mainichi, Huffington Post, Rocket News