10 coisas curiosas sobre dirigir no Japão

Para quem está acostumado a dirigir num determinado país, quando começa a dirigir em outro, a coisa muda muito.

No começo, o sujeito até pensa: “sei dirigir, então tô tranquilo”. Mas não é bem assim que funciona. A infraestrutura japonesa é tão particular, que saber dirigir é somente o primeiro passo para se sair bem nas ruas (e não pagar mico).

Características básicas do carro

Assim como os veículos na Inglaterra e em outras partes da Ásia, o volante fica do lado do “passageiro”, pelo nosso ponto de vista. Por conta disso, a princípio, é difícil de assimilar onde ficam os botões, o pisca, o pára-brisa etc. Querer entrar para direita ou esquerda e acabar ligando o pára-brisa é muito comum.

Outra coisa que se faz muito é o motorista chegar no carro e entrar no lado do passageiro e o passageiro (também brasileiro) entrar no lado do motorista. Sim, acontece.

Vias estreitas

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As avenidas no Japão são muito bem sinalizadas, sejam por placas indicativas, marcações no asfalto, luzes e piscas nas calçadas. Mas, muito comum nas cidades interioranas, há algumas vias que beiram rios, que são extremamente estreitas e tensas. Essas, às vezes são muito escuras e com valas dos dois lados.

Em outras ocasiões, ao seguir o GPS, sem se dar conta, você estará num beco muito apertado e incrivelmente movimentado, um lugar onde passa somente um carro por vez. Isto é, você deve parar o seu carro para o outro passar e vice-versa. Mas os japoneses são acostumados com isso.

Semáforos complexos

Popular nas cidades grandes, como Tóquio e Yokohama, há alguns semáforos nas vias principais que são confusos num primeiro momento. Com seis bocas de luz, três na parte superior e três na inferior, as de cima indicam os sinais verde, amarelo e vermelho e as de baixo sinais para entrar à esquerda, ir reto ou à direita. Ou seja, dependendo dos sinais inferiores, você pode entrar ou ir reto, mesmo que esteja vermelho!

Depois de algum tempo se acostuma e tudo fica muito automático, mas quando se trata de primeiro contato é realmente muito confuso! Mas nada que uma buzininha do camarada de trás não faça para você saber.

Velocidade sem limite

Uma coisa que gera muita estranheza nos brasileiros é a limitação de velocidade sem limites.

Na via expressa, por exemplo, está marcado, digitalmente, que na faixa mais lenta, a limitação é de 80 quilômetros por hora. Mas, na faixa rápida, não há nenhum indicativo. Logo, há pessoas que passam a 100 km/h e outros a 120 ou até mesmo 140 km/h, dependendo do movimento.

Há relatos de pessoas que já foram paradas pela polícia por ficarem muito tempo na faixa rápida sem necessariamente estarem em alta velocidade.

Portanto, o que é aconselhável é se manter na faixa do meio até 100 km/h, utilizando a faixa rápida somente para fazer ultrapassagens.

As vias principais dentro das cidades variam entre 40 quilômetros a 60 km/h, mas esse indicativo na placa não significa que é o limite, mas sim o ideal, pelo menos é o que se vê pelo senso comum.

Por via das dúvidas, mantenha-se no ideal.

Não há lombadas/quebra-molas (e nem buracos)

Na verdade, apenas nós que estamos acostumados com esse obstáculo no meio das vias. Aqui no país do sol nascente só em locais muito específicos, como em estacionamentos, por exemplo. Mas ainda assim é muito raro.

O que há de obstáculo que é bem diferente ao do Brasil é um sistema de zig-zag, mas também é muito específico pelas vias públicas.

O que é muito importante ressaltar: não há buracos!

Entre pela via contrária

Uma coisa que é realmente muito estranha é poder entrar em alguma rua mesmo se você estiver do lado oposto a ela. Mas isso é possível somente em vias comuns, e não em uma de três faixas.

Enquanto no Brasil precisamos fazer o retorno para estar na via favorável, aqui não é preciso. Isso serve para entrar em lojas também. No entanto, há alguns shoppings e estabelecimentos com grande fluxo de carros, que não permitem fazer essas conversões para não atrapalhar a via pública.

Escuridão e cemitério

Cemiterio

O Japão tem muitas estórias de assombração e coisas do tipo. Essas estórias ganham mais força também porque muitas ruas espalhadas por todo País são realmente muito escuras e, em algumas delas, há pequenos cemitérios aqui e ali. Para nós, ocidentais, encontrar um cemitério ao longo de uma rua é bizarro, principalmente se for toda escura! Mas nada mais é do que diferença cultural, e depois se acostuma.

Prioridade dos pedestres

atravessando

Os pedestres e bicicletas são bem respeitados. Acontece que os semáforos para pedestres abrem juntos aos dos carros. Portanto, se você está no carro e irá entrar na rua ao lado, é muito importante verificar se não está vindo bicicletas ou pessoas atravessando. Se tiver, deve-se esperar e, depois disso, ir em frente.

Uma mera encostada sem ferimentos é um grande problema para o motorista, imagine para um grande atropelamento…

Highway e vias expressas (Kousoku doru)

Express

As highway são vias rápidas comuns, já as expressas são rodovias pagas. A diferença é que a expressa é paga e pode-se viajar pelo Japão de ponta a ponta. A highway é para trechos menores e específicos.

A coisa mais estranha de dirigir nessas é que o lado para velocidade mais alta fica do lado direito, e da mais baixa, esquerdo. Sem contar que, como é de conhecimento geral, o lado para ir é o esquerdo, e para voltar, direito (isso para qualquer via). Ao contrário do Brasil e de outros países.

Para se acostumar demora um pouco. Mas é importante manter o foco para não andar na contramão!

Paradinha básica

Às vezes você está ali na rua, dirigindo de boa, quando o carro da frente liga o pisca alerta, dá uma pequena encostadinha para esquerda e pára o carro, quase no meio da rua. Basicamente todos os outros carros atrás desviam e se vão, sem buzinasso.

Aparentemente fazer isso não é errado, contanto que não seja por muito tempo e fique bem sinalizado com o pisca-alerta. Até pequenos caminhões fazem isso! No Brasil isso acontece também, mas o transtorno aqui é maior porque as vias são estreitas. Mas os japoneses levam numa boa.

É estranho, mas buzina aqui só se usa para casos que o indivíduo realmente está fazendo besteira, atrapalhando todo trânsito e pronto para causar um possível acidente. Aí não tem jeito, buzina nele!

Enfim. Esses são apenas alguns pontos curiosos sobre dirigir no Japão, mas há muito mais coisas que, se fosse mencionar, haveria quase um livro!