Hiroshima, a fênix do Japão

Hiroshima habita o imaginário de muitas pessoas pelo mundo, devido à conhecida história da bomba atômica que atingiu a cidade japonesa em 1945. O que muita gente não imagina é que ela se reergueu das cinzas de uma forma que, enquanto você não avistar o Parque Memorial da Paz, você não acredita que está lá.

Como toda grande cidade do Japão, Hiroshima é limpa, organizada e repleta de prédios modernos, que contrastam harmoniosamente com a natureza ao fundo.

Cruzamento próximo à estação JR Hiroshima (Fonte: arquivo pessoal)

Chegando ao Parque Memorial da Paz de Hiroshima (広島平和記念公 園, Hiroshima Heiwa Kinen Koen), finalmente avistamos algo familiar: a Cúpula da Bomba Atômica (原爆ドーム, Genbaku Domu), o famoso símbolo que eternizou a história do bombardeio de 1945.

Cúpula da Bomba Atômica, localizada no Parque Memorial da Paz de Hiroshima (Fonte: arquivo pessoal)

Mas a parte “feia” do Parque Memorial termina aí. À sua volta, há caminhos rodeados de verde, rios cortados por belas pontes, fontes de água, monumentos de mármore homenageando vítimas ou exaltando pensadores.

Há um sentimento de tristeza enquanto passeamos pelo parque, pois temos consciência da tragédia que ocorreu naquele lugar. Mas, ao mesmo tempo, sentimos uma paz interior e um deslumbre, por estarmos em um lugar tão bonito e acolhedor, contrastando fortemente com a imagem que temos da cidade totalmente destruída pela bomba atômica, que tanto vemos nos livros de História do colégio.

Monumentos à beira do rio que corta o Parque Memorial (Fonte: arquivo pessoal)

 

Memorial às vítimas da bomba atômica, rodeado pelo Lago da Paz (Fonte: arquivo pessoal)

 

Um pensador japonês chamado Josei Toda, que viveu os horrores da Segunda Guerra Mundial, declarou:

“Quero declarar que qualquer um que se aventure a utilizar armas nucleares, independentemente de sua nacionalidade ou se seu país é vitorioso ou derrotado, deve ser condenado à morte, sem exceção. Por que digo isso? Porque nós, cidadãos do mundo, temos o direito inviolável à vida”.

O desejo dele, claramente, não era de condenar nenhum ser humano à morte, e sim extinguir o espírito maligno do coração humano, que acaba gerando guerras, mortes e catástrofes. Esse certamente é o desejo unânime de todas as vítimas, diretas ou indiretas, da bomba atômica de Hiroshima. E é por isso que hoje o sinônimo de Hiroshima é “paz” (平和, heiwa), presente nos nomes de muitos prédios e locais públicos.

Parte do caminho entre o Memorial e o Museu da bomba atômica (Fonte: arquivo pessoal)

 

Fachada do Museu da bomba atômica (Fonte: arquivo pessoal)

Há muitas cidades que são “paradas obrigatórias” para quem curte a história e a cultura japonesas. E Hiroshima certamente é uma delas. Visitar o Japão e não passar por Hiroshima é como comer sushi sem wasabi, vai ficar aquela sensação de que faltou alguma coisa no roteiro (desculpem aos que não curtem, mas wasabi é um tempero obrigatório no sushi :P).

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