A artista japonesa Megumi Igarashi foi presa por criar uma réplica tridimensional de sua vagina e iniciou debates por todo o Japão.
Prisão da artista japonesa
No ano de 2014, Megumi Igarashi, de 43 anos de idade, sob nome artístico Rokude Nashiko, que significa “garota má”, foi acusada de fornecer o arquivo de sua vagina 3D para qualquer pessoa com acesso a impressora 3D poder criar uma réplica de seu órgão genital.
Na época, ela criou um caiaque com o formato polêmico e foi acusada de ter dado o arquivo para um homem de cerca de 30 anos residente de prefeitura de Kagawa.
Apesar da indústria pornográfica faturar bilhões de ienes, os atos obscenos, como fotos de órgãos genitais é considerado ilegal e constantemente censurados.
No caso da artista, ela foi condenada por ter esse tipo de material com objetivo de conseguir ganhos materiais, o que equivale a dois anos de prisão e multa de 2,5 milhões de ienes.
Igarashi chegou a dizer que sua arte era baseada em seu poder de expressão, mais do que oferecer material indecente para as pessoas.
“Sou inocente porque minha arte não é obscena”. Segundo seus advogados as acusações foram exageradas.
A prisão da artista gerou muito debate nos programas e noticiários ao redor do mundo, e os assuntos discutidos geraram em torno dos direitos das mulheres e liberdade artística.
“Sempre argumento que é estranho uma única parte do corpo humano causar tanto estranhamento, afinal, toda mulher tem uma vagina e não deveria ser obsceno”
“Algumas pessoas dizem que meu trabalho é barato e não deveria ser considerada arte, mas isso não deveria justificar a ação da polícia em me prender.”
“O fato de isso ter acontecido mostra que o Japão está retrocedendo sobre a expressão sexual da mulher, que apenas é aceita para satisfazer os desejos masculinos”
Antes de fazer o caiaque, Igarashi já havia sido presa antes ao exibir suas criações, esculturas de sua vagina com diferentes utilidades, como um carro movido a controle remoto e uma capa de celular, disponíveis em uma feira de entretenimento adulto em Bunkyo Ward, em Tóquio.
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“A vagina é considerada tabu na sociedade japonesa. O pênis, por outro lado, é usado em ilustrações e se tornou parte da cultura pop”
Levantando a bandeira do feminismo, diz que o órgão sexual feminino não deve causar desconforto ou estranhamento.
Muitos artistas ofereceram apoio e ficaram chateados, pois o governo não poderia definir o que é arte.
Megumi Igarashi acabou escrevendo um livro sobre o caso, concorrente do prêmio literário oferecido pela L.A Times. Casada com o líder de uma banda de rock, vive na Irlanda, possui um filho e deseja poder expor suas obras no Japão novamente.
O que vocês acharam? Exagero do governo japonês ou acharam a atitude de Igarashi obscena? Não deixe de comentar.