soldados ajudam a limpar Fukushima, Japão

Abandonados pelos USA, soldados são ajudados pelo Japão

Abandonados pelo próprio governo, soldados americanos que ajudaram no desastre de Fukushima, no Japão, receberão um fundo preparado pelo ex-ministro japonês Junichiro Koizumi.

O terremoto de magnitude 9.0 e o tsunami resultante em 11 de março, 2011, no Japão, deixou o país em estado de emergência e recebeu ajuda de outros países. O tsunami que chegou a ter ondas de 40 metros, atingiu a estrutura do centro de energia nuclear e causou um desastre.

Operação Tomodachi

soldados operação Tomodashi JAPÃO
Créditos: Getty Images

O governo norte-americano rapidamente enviou um avião cheio de soldados de suporte, conhecido como operação Tomodachi (amigo).

Os EUA providenciou suporte médico e de resgate, além de suprimentos e não demorou para os problemas surgirem.

Problemas pós-operação Tomodachi

Os militares começaram a apresentar problemas de saúde por causa da radiação, incluindo aparecimento de sintomas raros em jovens homens e mulheres.

Sintomas da radiação de Fukushima

  • Sangramentos
  • Problemas na tireóide
  • Tumores
  • Câncer nos testículos e no cérebro

Os soldados que apresentam problemas de saúde por causa da radiação são os que mais se esforçaram, a maioria é a que ajudou no navio para drenar a água contaminada do oceano ou limpar água para consumo.

O governo americano negou uma compensação para os doentes e empurrou a responsabilidade para o Japão.

Em um relatório apresentado para o congresso, o Departamento de Defesa alegou que as pessoas foram expostas a um nível baixo de radiação e vetou qualquer suporte médico.

Depois de um ano após o relatório ser apresentado, um oficial da marinha afirmou que os navios enviados ainda estão contaminados.

As autoridades rebateram e disseram que as áreas em os navios apresentam radiação são controlados por procedimentos rígidos.

Operação Passagem Pacífica

No dia 16 de março, cinco dias após o acidente, o Departamento de Estado autorizou a extração de funcionários e seus familiares da embaixada americana de Tóquio para fora do Japão.

A operação moveu 7,000 famílias e 400 militares que receberam aviso do governo japonês sobre níveis perigosos de iodo detectados na época do desastre.

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Soldados processam dono de usina

Depois de não receberem ajuda de seu próprio governo, em 2013 um grupo de 400 soldados processaram a Cia de eletricidade de Tóquio (TEPCO), dona da área onde a usina se encontra.

No processo é alegado que a empresa mentiu sobre o nível de radiação e os perigos causados, os soldados pedem 40 milhões de dólares por danos compensatórios e um fundo de saúde de 1 bilhão de dólares.

O processo ainda está em andamento, e a previsão é de que dure alguns anos para ser concluído, enquanto isso 7 pessoas já morreram em decorrência de doenças causadas pela radiação.

Ex-primeiro ministro japonês se comove

ex-primeiro ministro JAPÃO

Enquanto o governo americano nega qualquer suporte e a TEPCO se esconde através de advogados, uma pessoa se manifestou e criou esforços para ajudar financeiramente as vítimas: Junichiro Koizumi, ex-primeiro ministro do Japão.

Koizumi deixou o cargo cinco anos após o acidente em Fukushima, mas continuou nutrindo sentimento de solidariedade e culpa pela forma como os soldados estavam sendo tratados.

Em maio de 2016, derramou lágrimas enquanto fazia apelo para que os soldados recebessem ajuda.

“Os militares americanos que deram o seu melhor para ajudar, agora estão sofrendo problemas de saúde sérios. Nós não podemos ignorar a situação.”

O ex-primeiro ministro tomou partido contra as usinas nucleares após o acidente e ajudou no processo contra a TEPCO.

Recentemente, Koizumi anunciou que preparou um fundo especial coletado de doações particulares para ajudar os soldados. O objetivo é arrecadar 1 milhão de dólares, já conseguiu 400 mil.

“Senti que precisava fazer algo para ajudar quem trabalhou tão duro pelo Japão. Talvez isso não seja o suficiente, mas vou expressar nossa gratidão, que o Japão se importa.”

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