Em uma ação do governo japonês sem precedentes, o Ministério da Defesa do Japão abriu posições nas Forças Armadas (SDF – Forças de Auto Defesa) às mulheres, com mais exposição ao combate direto.
Com a abertura destas novas posições, as mulheres poderão voar em helicópteros de ataque e aviões de patrulha marítima.
Nas SDF, as mulheres também serão postas em unidades de proteção química e poderão pilotar helicópteros anti-tanque como AH-1S Cobras e AH-64D Apache Longbows.
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Esta ação é uma continuidade da decisão do governo de novembro de 2016, que é dar às mulheres um papel maior nas SDF.
Em novembro de 2016, as Forças Armadas anunciaram que permitiriam que as mulheres servissem nas SDF Aéreas, como pilotos para caças e aviões espiões.
Suspender a proibição que impede as mulheres de servir em várias posições nas Forças Armadas é em grande parte visto como uma sábia decisão.
Robert Dujarric, diretor do Instituto de Estudos Contemporâneos Asiáticos da Temple University, comenta:
“Contratar mulheres faz muito sentido … todas as Forças Armadas Modernas estão expandindo oportunidades para as mulheres. E desde que o Japão entrou em declínio demográfico, encontrar homens jovens está se tornando mais difícil.”
A luta do Japão contra o declínio da população e da taxa de natalidade é bem conhecida pelo mundo.
As populações do Japão diminuíram em quase 1 milhão de pessoas entre 2010 e 2015, e em 2050, estima-se que a população do Japão cairá para 107 milhões.
Com as tensões crescendo entre Japão, China e Coréia do Norte, o governo japonês reconhece a necessidade de manter as Forças Armadas fortes.
Mulheres na Forças Armadas
A ideia de manter as Forças Armadas fortes, no entanto, choca com a dura realidade de que a população do Japão está em declínio.
Atualmente, existem cerca de 13.000 mulheres dos 230.000 funcionários das Forças Armadas do Japão, o que equivale a cerca de 5,7%.
Compare isso com os Estados Unidos e Israel, onde as mulheres representam aproximadamente 13% e 25% dos militares, respectivamente.
Em Israel, um país conhecido por sua abordagem relativamente “sem gênero” para o recrutamento militar, 85% das posições de combate estão abertas às mulheres e cerca de 50% dos tenentes de Israel são do sexo feminino.
Através dessas comparações, podemos ver que o Japão ainda tem um caminho a percorrer no que diz respeito a nivelar o campo de atuação para as mulheres nas Forças Armadas, mas eles certamente estão indo na direção certa.
Fonte: Grapee