Um dos mais conhecidos grupos de crimes organizados do mundo, a Yakuza ainda tem presença no Japão. No mês de agosto de 2015 o maior grupo criminoso do Japão se dividiu, criando outra facção poderosa.
Alguns membros da Yamaguchi-gumi deixaram o grupo principal para ir a Hyogo, segundo os jornais locais. Um dos integrantes chegou a declarar que alguns deles não estavam satisfeitos em como a Yakuza estava coletando dinheiro.
A polícia afirmou estar em alerta para possíveis casos envolvendo violência. A organização Yamaguchi-gumi (Yakuza) é a maior organização mafiosa do Japão, com cerca de 23,000 pessoas.
Gangues da Yakuza tem feito parte da sociedade a muito tempo, acredita-se que mundialmente são 60,000 afiliados. O nome do grupo novo chama-se Kobe Yamaguchi-gumi e não terá um chefe, apenas o representante Yoshinori Oda, 50 anos, antigo mafioso.
O assunto gera polêmica no Japão, pois as gangues não são ilegais, apesar de todos saberem que os ganhos se dão através de apostas, prostituição, tráfico de drogas e cyber-hacking.
O mundo criminoso do Japão possui 21 organizações espalhadas e a migração de alguns integrantes para grupos próprios sempre rendeu consequências ruins, como assassinatos, ataques com bomba e tiroteios por disputas internas.
Conhecendo melhor a Yakuza
A Yakuza faz parte da sociedade japonesa e são conhecidos no Japão por tempos, no começo, nos anos 80 eram tradicionalmente mercantes de rua e apostadores, depois, começaram a formar alianças se tornando o grupo forte.
Depois da Segunda Guerra Mundial, a Yakuza ganhou mais poder atuando no mercado negro, apostas e entretenimento. Lançou e empresariou cantores ao estrelato e evoluiu para o estelionato, extorsão, chantagem e fraude, posteriormente se envolveram com a política.
Por não serem considerado ilegais, são monitorados pela polícia japonesa e os três grupos mais poderosos são:
-Yamaguchi-gumi (23,400 membros)
-Inegawa-kai (6,600 membros)
-Sumiyoshi-kai (8,500 membros)
Muitas de suas atividades são consideradas ilegais, mas eles também são donos de empresas legais, possuem escritórios, cartões corporativos e até revista.
Um dos líderes da terceira geração chegou a falar para os membros arranjarem um trabalho convencional e se auto declaram como grupos humanitários que mantêm a ordem.
Segundo oficial da agência de inteligência de segurança pública, a Yakuza é composta em sua maioria por pessoas marginalizadas pela sociedade, estrangeiros com descendência japonesa que trabalharam em regime escravo e rejeitados socialmente.
Quando pensamos na Yakuza, muita gente faz duas associações automáticas, a da tatuagem e o dedo mindinho decepado.
Tatuagem na Yakuza
A geração mais antiga gostava muito da tatuagem por representar comprometimento com a organização, mas essa prática caiu muito, pois a tatuagem estava sendo usada pela polícia para identificar membros.
Apesar da tatuagem ter diminuído muitos membros ainda tatuam os emblemas de seus grupos, como forma de demonstrar orgulho.
Dedos decepados
Existem duas situações em que uma pessoa pode ter o dedinho decepado na Yakuza, em oferta como pedido de desculpas ou para salvar a vida de um companheiro.
Poder e escândalos
O poder da Yakuza é grande no Japão, recentemente a notícia de que o grupo controlava uma banda de garotas do estilo fofo saiu em diversas revistas japonesas, inclusive, é de conhecimento da polícia o controle de grupos de entretenimento. E já afirmaram que farão de tudo para cortar esse laço.
A Yakuza ainda foi envolvida em polêmica de ter financiado a indústria nuclear com seus trabalhadores, além de estarem envolvidos no atraso da descontaminação de Fukushima.
O partido político liberal democrático recebeu financiamento da Yakuza, segundo trecho de um livro sobre a organização mafiosa. O ministro da educação foi acusado de ter recebido dinheiro também.
Desde os conflitos de separação do grupo, rumores sobre o que acontecerá pairam no ar, o medo de conflitos existe, mas ainda é pequeno, pois os chefes dos grupos podem ser penalizados por suas ações.
Em 2012, Goto Tamadasa pagou U$1,4 milhões para a família de um agente morto por um dos seus homens, mas nunca foi condenado a prisão.