Gunkanjima: Conheça a ilha fantasma japonesa de Hashima

Você sabia que existe uma ilha completamente abandonada no sul do Japão? A desabitada e esquecida Ilha Hashima (端島), comumente chamada de Gunkanjima, carrega um misto de mistério, pavor e fascínio. A ilha foi povoada de 1887 a 1974, quando serviu como base de extração de carvão. Desde seu desligamento oficial, só sobraram ruínas totalmente inabitadas.

Sua aparição no filme “007 – Operação Skyfall” (2012), seu reconhecimento como Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco e sua aparência pós-apocalíptica com imensas construções de concreto abandonadas em meio ao oceano, tornaram-na uma atração popular e fantasmagórica. Conheça mais sobre esta ilha, a seguir.

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História sobre Gunkanjima

Gunkanjima (“ilha navio de guerra” – assim chamado por causa da silhueta de navio) é uma pequena ilha localizada a aproximadamente 15 quilômetros da cidade de Nagasaki.

Ilha Hashima mapa
(Crédito: Wikipedia)

O carvão foi descoberto pela primeira vez em Gunkanjima em 1810 pelo senhor feudal de Saga. A mineração industrial começou no final dos anos 1800. Em 1890, durante a industrialização do Japão, a Mitsubishi Corporation comprou a ilha e começou o projeto de extração de carvão em minas submarítimas, contratando milhares de trabalhadores.

Hashima Island
(Crédito: Wikipedia)

Em 1959, mais de 5.000 moradores chegaram a morar em Gunkanjima, sendo considerado o lugar mais densamente povoado do mundo (835 habitantes por quilômetro quadrado). Para acomodar tantas pessoas em uma área tão pequena, a ilha foi expandida e preenchida com grandes edifícios residenciais.

Gunkanjima ilha
(Crédito: battleshipisland.jp)

Os moradores foram capazes de viver uma vida mais ou menos típica. Enquanto metade da ilha era dedicada ao funcionamento da mina, a outra era voltada ao espaço residencial, escolas, restaurantes, lojas, banho público e hospital. Além disso, paredes de concreto “quebra mar” foram construídos, pois a região era acometida constantemente por tufões e ondas grandes.

moradores de Gunkanjima
(Crédito: battleshipisland.jp)

No entanto, na década de 1960, quando a fonte de energia começou a ser substituída pelo petróleo, a produção de carvão sofreu uma drástica redução. Em abril de 1974, a Mitsubishi anunciou oficialmente a desativação da mina e a evacuação total do local. Assim, os residentes tiveram que deixar a ilha deixando muitos dos seus pertences para trás. Com isso, o lugar passou a ser conhecido como “Ilha Fantasma”.

Desde então, ao longo dos anos, a exposição direta aos tufões fez com que as residências e as instalações de mineração se deteriorassem, dando à ilha uma atmosfera assombrosa. Devido ao perigo do colapso das estruturas, Gunkanjima foi fechado para o público por quase 40 anos.

Gunkanjima
(Crédito: Fast Japan)

Em abril de 2009, a ilha foi aberta a visitação. Segundo visitantes, ainda é possível ver muitos vestígios deixados pelos moradores. Isso, dá um aspecto ainda mais sobrenatural à ilha.

Gunkanjima antes depois
(Crédito: battleshipisland.jp e divulgação)
Gunkanjima antes depois
(Crédito: Divulgação)

Veja o documentário com um ex-morador:

 

Visitando a ilha

Gunkanjima
(Crédito: Divulgação)

Embora o acesso à ilha tenha ficado disponível, você não pode visitá-la por conta própria. Para chegar à Hashima, é necessário juntar-se a uma das excursões disponibilizada por algumas empresas de turismo que partem de vários locais do porto de Nagasaki.

A turnê completa leva cerca de três horas – duas horas de barco pela ilha e cerca de uma hora na própria ilha. A visita guiada leva os visitantes ao longo de uma rota definida, passando por muitos locais interessantes. As restrições tem por objetivo proteger tanto os turistas (dos edifícios em colapso) quanto as próprias ruínas. Os guias de turismo ainda fornecem informações sobre o estilo de vida dos seus antigos residentes e as condições da ilha naquela época.

tour em Hashima
Grupo de turismo na Ilha Hashima. (Crédito: Lonely Planet)

As reservas antecipadas são recomendadas especialmente nos fins de semana e durante os feriados. Duas das empresas de turismo têm sites em inglês onde você pode conferir alguns detalhes:

Gunkanjima Landing & Cruise

Endereço: Terminal Portuário de Nagasaki, 17 Motofunamachi, Nagasaki, Prefeitura de Nagasaki
Acesso: 10 minutos a pé da estação de Nagasaki
Taxa: 4,200 yen (Adultos, Júnior e Ensino Médio) / 2,100 yen (Estudantes da Escola Primária)
Telefone: 095-822-5002
Site: Gunkanjima Landing & Cruise

A Gunkanjima Concierge Company

Endereço: 1-60 Tokiwamachi, Nagasaki, Prefeitura de Nagasaki
Acesso: a uma curta distância da estação ferroviária de Ourakaigandori Street
Taxa: 4.000 yen (adultos) / 3.300 yen (alunos do ensino médio e secundário) / 2.000 yen (estudantes da escola primária)
Telefone: 095-895-9300
Site: The Gunkanjima Concierge Company

O que posso ver, por exemplo?

Normalmente, você verá as seguintes partes da ilha:

Primeiro, o complexo residencial gigante, as escolas primárias e secundárias e outras acomodações para os trabalhadores das minas. Você verá que as paredes dos edifícios estão implodidos, como se pequenas bombas tivessem os atingido. Entretanto, eles foram arruinados unicamente pelo poder da natureza.

Entrada de mina. (Crédito: Lonely Planet)

Em segundo lugar, você pode visitar o que costumava ser a principal recepção administrativa da operação de mineração, bem como o cais para as entradas das minas. No prédio da recepção, havia um banho público de grande escala.

edifício ilha Gunkanjima
(Crédito: Lonely Planet)

Em terceiro lugar, há os apartamentos residenciais mais antigos. Com a crescente população da ilha, instalações de lazer para crianças e famílias estão por todos os lugares do bairro desses residentes.

Informação

Ilha Hashima (Gunkanjima)

Endereço: Takashimamachi, Nagasaki, Prefeitura de Nagasaki
Acesso: 30 a 60 minutos de embarcação do Nagasaki Port Ferry Terminal
Site: Battleship Island

Para aqueles que tiverem a curiosidade de dar uma espiada no local, clique aqui e faça um tour virtual pela ilha. Em 23 de junho de 2013, o Google enviou um funcionário à ilha para registrar imagens panorâmicas em 360 graus para seu serviço Street View.

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Fonte: Fast Japan, Lonely Planet, Japan Guide, Wikipedia