A Yamaguchi-gumi, maior família da máfia japonesa Yakuza, passou quase um século construindo sua reputação dentro da organização criminosa mais poderosa do mundo.
Atualmente, a Yakuza lucra bilhões de ienes todos os anos, com o tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, fraudes e extorsões.
Parte da receita da Yakuza vem de negócios legais também, são empresas no ramo de TI, comunicações, entretenimento, dentre outros negócios, com sede no Japão e filiais pelo mundo.
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Mikajimeryo
O método de extorsão mais famoso aplicado pela organização chama-se mikajimeryo. A Yakuza oferece ‘segurança extra’ a comerciantes locais. Se o estabelecimento não aceitar pagar a taxa de segurança oferecida, alguns membros da máfia recebem a missão de incendiar, coagir e ameaçar os proprietários.
Uma mulher de Nagoya, proprietária de um restaurante local se cansou dos abusos da Yakuza. Ao longo dos anos, nunca se recusou a pagar a taxa, porém, denunciou um prejuízo milionário.
Ela alega que foi forçada a pagar taxa de proteção por 12 anos, entre 1998 e 2010. Usando a lei japonesa de 2008, em que líderes de organizações criminosas, são sucetíveis a responder legalmente pelas ações de membros e grupos afiliados, ela processou Kenichi Shinoda, o sexto líder da Yamaguchi-gumi.
Ela pediu na justiça um valor indenizatório de 18 milhões de ienes em compensação. Todos os meses, conta ter pagado de 30 a 100 mil ienes para o líder Yoshitaki Matsuyama da família Kodo-Kai.
“Na região de Nagoya, é estimado que a Yamaguchi-gumi colete centenas de milhões de ienes mensalmente” um membro da força da polícia da prefeitura Aichi conta para o Tokyo Reporter. Ele ainda elogia a atitude e coragem da mulher.
A mulher que preferiu permanecer no anonimato afirma ter pago durante os 12 anos, cerca de 10 milhões de ienes.
O processo iniciado em 2013 prossegue em segredo de justiça e até hoje a identidade da mulher é desconhecida. Para quem duvida, a notícia foi divulgada por diversos canais: The Guardian, The Tokyo Times, The New York Times, BBC entre outros.