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Okinoshima: conheça a ilha japonesa que não permite a entrada de mulheres

Okinoshima (沖ノ島), que faz parte da cidade de Munakata, é uma pequena e remota ilha ao largo da costa da província de Fukuoka, no sudoeste do Japão. Considerada um local sagrado, até hoje, a ilha está sujeita a tabus religiosos rigorosos, tanto que nenhuma mulher coloca os pés por lá há centenas de anos. Devido a sua importância histórica, o local se tornou Patrimônio Mundial da UNESCO recentemente. Conheça mais a seguir!

O que é a ilha Okinoshima?

Okinoshima é administrada pelo complexo de santuários Munaka Taisha (宗像大社), de denominação xintoísta. A população da ilha consiste em um único homem empregado pelo santuário local. Em princípio, apenas é permitido que os sacerdotes da entidade frequentem o lugar.

Okinoshima
Santuário Okitsu-gū. (Crédito: UNESCO)

A ilha é o lar de Okitsu-gū (沖津宮), um dos três santuários sagrados de Munaka Taisha, que juntos, constituem o Grande Santuário de Munaka. Esses santuários veneram três divindades: Okitsu-gū em Okinoshima, que consagra a imagem da deusa Tagorihime; Nakatsugu na ilha de Oshima, dedicado a Tagitsuhime; e Hetsugu, o santuário principal de Tashima, na cidade de Munakata, dedicado a Ichikishimahime.

Juntos, acreditava-se que as deusas tinham o poder de proteger o tráfego oceânico no antigo Japão. Segundo a lenda, essas três divindades nasceram de Susanoo-no-Mikoto, deus do mar e das tempestades.

Entre os séculos 4 e 9, as águas que rodeiam a ilha fazia parte de uma importante rota comercial do Japão para a China e a Península Coreana. Durante essa época, os marinheiros costumavam orar no santuário Okitsu-gū antes de fazer longas viagens com o objetivo de pedir por proteção. Ao longo dos séculos, os viajantes deixaram como oferta aos deuses mais de 80 mil oferendas valiosas no local. Os milhares de artefatos, relíquias e tesouros desenterrados na ilha são designados como tesouros nacionais pelo governo japonês.

Okitsu-gu é provavelmente o santuário mais exclusivo do Japão (ou mesmo do mundo). O lugar é tão secreto que mesmo os detalhes da visita anual em 27 de maio são mantidos em segredo.


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Entrada proibida de mulheres

Em Okinoshima, regras estritas dos tempos antigos ainda são seguidos. Entre elas, uma das mais controversas é a proibição da entrada de mulheres na ilha. Para muitas pessoas, essa determinação é ofensiva e ultrapassada.

Não há uma explicação precisa sobre este impedimento. Alguns especialistas acreditam que é devido à crença de que a menstruação contaminaria o lugar, visto que o xintoísmo trata o sangue como impureza. Outros acreditam que, como as viagens para Okinoshima eram muito perigosas, as mulheres eram proibidas de viajar à ilha como medida de segurança.

Entrada dos homens uma vez ao ano

Okinoshima
(Crédito: blog.goo)

O santuário permite apenas a entrada de seus sacerdotes à ilha. Uma exceção é aberta durante o festival anual celebrado em 27 de maio, quando 200 homens recebem a permissão para entrar na ilha. No entanto, o acesso é restrito à fervorosos crentes xintoístas selecionados pelo sacerdote.

Primeiramente, antes de pisar na ilha, os homens devem se despir e fazer um ritual de limpeza. No evento, os visitantes rezam pelas pessoas que morreram na “Batalha de Tsushima”, combate travada entre Rússia e Japão, que ocorreu perto de Okinoshima, em 1905.

Os visitantes não tem permissão para contar a ninguém sobre os detalhes da viagem, nem tampouco são autorizados a carregar nada da ilha.

Patrimônio Mundial da UNESCO

Okinoshima
(Crédito: Wikipedia)

Recentemente, em 9 de julho de 2017, Okinoshima e locais associados na região de Munakata foram designadas como Patrimônio Mundial da UNESCO. A organização levou em consideração as tradições, a importância histórica do local e os 80 mil artefatos encontrados na ilha.

No entanto, este fato não fará diferença na lista de visitantes à Okinoshima devido ao regimento restritivo do santuário. Antes mesmo da decisão, Takayuki Ashizu, o sumo sacerdote do Munakata Taisha, afirmou que, independentemente da inclusão ou não de Okinoshima à lista do Patrimônio Mundial da UNESCO, o local não seria aberto ao público, porque “as pessoas não deveriam visitar por curiosidade”.

Turismo na Ilha de Okinoshima

Após o local ser contemplado pela Unesco, os proprietários da ilha decidiram proibir todas as visitas a partir de 2018. Segundo um dos porta-vozes, o objetivo é proteger o lugar. Os monges xintoístas serão os únicos que poderão ter acesso à ilha, assim como pesquisadores que trabalham para preservar a área.

O Japão nunca deixa de nos surpreender com seus lugares únicos e inusitados! Controversa ou não, Okinoshima é um lugar bastante interessante, não é mesmo?

Fonte: Asahi, The Culture Trip, Japan Times (12/01/2016), Japan Times (9/07/2017), Japan Times (15/07/2017), Japan Times (11/09/2014), Washington Post, Japan Info, Wikipedia

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