Confira três tipos de haiku para desestressar

Você conhece haiku? É uma expressão artística literária japonesa desenvolvida por monges budistas da escola zen. O objetivo da arte espiritual do haiku é estar no presente momento e usar os poemas e refletir sobre a filosofia budista zen.

Os pequenos poemas tem apenas três linhas (cinco sílabas na primeira linha, sete na segunda linha e cinco sílabas na terceira linha). São de extrema inteligência, falam sobre muitas coisas com poucas palavras.

Pode-se comparar o haiku a arte da cerimonia do chá. O ambiente induz o convidado a utilizar a imaginação para interagir com o cenário e completá-lo mentalmente.

É possível imaginar os poemas e fazer disso um exercício para acalmar a mente, trazê-la para o agora e conduzi-la a sua vontade.

Diferente dos poemas ocidentais,os haikus não pretendem passar uma ideia, eles passam sensações de algum lugar.

Pode-se afirmar que o sentido dos poemas está no que não é escrito, um sentido por trás das palavras.

Não é um poema para decorar e falar, é para viver e sentir com a mente um lugar fisicamente diferente de onde você está.

Use memórias de suas viagens ao Japão ou lembre de fotos dos lugares que quer conhecer na terra do sol nascente, não limite-se a imagens, sinta o cheiro, ouça os sons, o sabor, a umidade, o toque, utilize os cinco sentidos para criar com a mente.

1. Furuike ya – Matsumo Basho (1644 – 1694)

  • furuike ya (velha lagoa)
  • kawazu tobikomu (um sapo salta nela)
  • mizu no oto (o som da água)

Furuike ya de Basho provavelmente é o haiku japonês mais famoso, com ele é possível vivenciar mentalmente a experiência, completar a arte com a imaginação.

2. Hatsu shigure – Matsumoto Basho (1644 – 1694)

  • hatsu shigure (o primeiro banho gelado)
  • saru mo komino wo (mesmo os macacos parecem querer)
  • hoshige nari (um pequeno casaco de palha)

O poema reflete sobre a mudança das estações e a sensação que ela provoca nos seres vivos, com ela é possível se colocar no lugar do macaco tomando um banho gelado.


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3. Hana to mishi – Gozan (1789)

  • hana to mishi (a neve de ontem)
  • yuki wa kino zo (que caiu como flores de cerejeira)
  • moto no mizo (é água mais uma vez)

A obra de Gozan permite ver e sentir o tempo passar, vivenciar uma experiência mental sutil, poderosa e delicada da existência.