O tsunami de 2011 do Japão causou a maior migração de espécies marinhas já registrada. Foram mais de 300 espécies através do oceano Pacífico para a costa dos Estados Unidos.
Migração forçada
Os especialistas dizem que o fenômeno é o maior registrado em toda a história, com cerca de 1 milhão de peixes, crustáceos, moluscos. Eles viajaram mais de 4,000 km impulsionados pelas ondas do tsunami desde então.
A descoberta foi publicada no jornal de ciência da Universidade do Oregon, Estados Unidos. O tsunami foi ocasionado pelo terremoto de magnitude 9.0 no dia 11 de março de 2011, gerando mais de cinco milhões de toneladas de detritos das prefeituras de Iwate, Miyagi e Fukushima.
Entre junho de 2012 e fevereiro de 2017 foram encontrados 289 espécies entre os detritos nas praias de dos estados de Washington, Oregon, California, Alaska e Hawaii.
Desequilíbrio ambiental
Algumas criaturas nunca tinham sido vistas ou documentadas na região causando preocupação no equilíbrio ambiental local.
A maioria das espécies viajaram presas a embarcações e objetos nos detritos arrastados pelo tsunami em especial feitos de plástico ou vidro que permitiram criar um ambiente para que as espécies sobrevivessem a viagem longa.
As espécies podem ser predatórias para a vida marinha local, por isso a preocupação dos cientistas com a migração forçada.
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As espécies continuam chegando após sete anos do tsunami mostrando que as consequências do desastre são imensuráveis e demorarão anos para serem documentados.
Algumas espécies podem sobreviver durante anos até chegar até a costa. Segundo análises, as espécies não foram contaminadas pela radiação do desastre de Fukushima no Japão.
Detritos do tamanho do Texas
Em 2013, uma ilha de detritos do tamanho do Texas foi avistado perto do Hawaii. Eram cerca de cinco toneladas, incluindo partes de casas, barcos, lixo e outros resíduos.
Uma bola de futebol com o nome do estudante japonês Misaki Murakami apareceu no Alaska e foi encontrado por um casal em 2012.
Um mês depois uma motocicleta Harvey-Davidson perdida no Japão durante o tsunami reapareceu nas praias do Canadá.
Fonte: BBC, The Guardian, Daily Mail, New York Times, CNN, Telegraph.