Quatro décadas após lançar seu negócio, Yoshiko Shinohara conseguiu construir um império bilionário no Japão.
Temp Holdings
Em 1973, Shinohara abriu a agência Temp Holdings de recursos humanos e RH especializada em contrato de trabalho temporário quando morava em um apartamento de um quarto em Tóquio.
Ela arriscou tudo para abrir seu negócio. Na época do lançamento da agência, o modelo de contrato que Shinohara trabalhava era proibido no Japão.
Ideias revolucionárias
Decepcionada com o mercado de trabalho no Japão, Shinohara havia passado um tempo na Europa. Na década de 70 tinha pensamentos avançados e deu andamento ao seu projeto.
Para sua sorte, logo depois houve uma revisão nos contratos de trabalho no Japão e a ideia de Shinohara tornou-se legal.
Nascida em 1934, a atual bilionária cresceu durante a época da Segunda Guerra Mundial. Seu pai morreu quando ela tinha oito anos de idade e sua mãe a criou sozinha em uma época difícil.
Casou aos 20 anos de idade, mas logo se divorciou. Foi nessa época que decidiu morar na Inglaterra e Austrália trabalhando como secretária.
No começo da empresa, ela tinha que complementar a renda dando aulas de inglês no período noturno.
Após cinco anos, ela conseguiu um espaço e montou um escritório apenas com funcionárias do sexo feminino.
Porém a postura defensiva e pouco agressiva de suas executivas não permitiam a empresa crescer. No final dos anos 80, ela contratou homens e a empresa prosperou.
Essa experiência a fez perceber que ter um equilíbrio entre homens e mulheres era fundamental para os negócios.
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Na década de 90 a economia japonesa estava estagnada. A agência de Shinohara ganhou outro impulso. Muitas empresas pararam de firmar contratos a longo prazo e optavam por trabalhadores temporários. Esse modelo é adotado até hoje no Japão por muitas empresas.
Nos dias de hoje, Yoshiko Shinohara figura em uma lista pequena de mulheres bilionárias na Ásia. A empresa tem mais de 200 escritórios espalhados pelo mundo, desde Estados Unidos a Taiwan com mais de 5,000 funcionários.
Já entrou para a lista da Forbes entre as 50 mulheres mais poderosas e ganhou diversos prêmios ao longo de sua carreira. Além de ter aberto o mercado para diversas mulheres em uma época difícil. Por experiência própria, se solidarizou com mulheres divorciadas que não conseguiam se recolocar no mercado de trabalho.
Fonte: Forbes, Entrepreneur, Independent News, Japan Times