Sequestro de Megumi Yokota é mistério há mais de quarenta anos

Em uma noite fria de 1977, Niigata, Japão, a estudante Megumi Yokota, de 13 anos de idade desapareceu sem deixar vestígios. Era como se ela tivesse sumido da face da terra.

Sua mãe, Sakie Yokota estava preocupada ao olhar para o relógio e perceber que sua filha não tinha voltado para casa. Ela entrou em pânico e foi correndo até a escola, mas ninguém sabia onde Megumi estava.

Sakie, pegou seus filhos gêmeos mais novos (Takuya e Tetsuya), de 9 anos de idade e começou a procurar na praia perto de casa, mas nada encontraram. Depois, pediu ajuda a polícia para registrar seu desaparecimento e uma busca intensa começou.

Megumi Yokota

Megumi Yokota

Nascida em 5 de outubro de 1964, Megumi era a filha mais velha do casal Sakie e Shigeru, Megumi Yokota era uma estudante empenhada de 13 anos de idade. Seu hobbie era cantar e sua personalidade era alegre. Megumi foi vista pela última vez por uma colega de escola.

Paradeiro

No dia 15 de novembro de 1977, Megumi desapareceu e muitos anos se passaram sem notícias ou pistas. Sua família vivia um clima de tensão constante, pois, não sabiam se ela estava viva ou morta. O pior era não saber o que aconteceu.

Em 1987, uma mulher norte coreana, Kim Hyun-hui foi presa por colocar explosivos em um avião com destino a Coreia do Sul matando todos os 115 passageiros a bordo. A mando do então presidente da Coreia do Norte Kim II-sung, a agente se passava por uma japonesa.

Kim Hyun-hui

Depois de capturada, ela denunciou o sequestro de cidadãos japoneses nos anos 70 e 90. Entre eles, estava Megumi Yokota.

Segundo Kim Hyun-hui, Megumi e mais 16 pessoas haviam sido sequestradas pelo governo norte coreano para ajudar a treinar agentes especiais, ensinando a língua japonesa e a cultura.

Ahn Myung Jin, um espião norte coreano infiltrado no Japão foi descoberto em 1987. Ele declarou que havia vendido cerca de dez japoneses para a Coreia do Norte. Ele contou que entre os sequestrados estava Megumi Yokota.

Megumi foi levada de navio em um compartimento de carga, chorou e chamou sua mãe o trajeto inteiro.

Coreia do Norte

Após anos de negação, em 2000, a Coreia do Norte  assumiu a autoria de 12 apenas sequestros. Na época, a notícia trouxe esperanças para as famílias dos desaparecidos.

Porém, para a família de Megumi a notícia era que a garota havia morrido de depressão em 1994, após enfrentar tratamento com medicamentos. Sakie e Shigeru não acreditaram, pois, não havia provas de que eles falavam a verdade.

Quando a Coreia do Norte foi pressionada a investigar o desaparecimento dos japoneses, o discurso era que os responsáveis já haviam morrido ou sido executados.

Reviravolta

Em 2002, em acordo com o Japão, a Coreia do Norte aceitou devolver temporariamente cinco sequestrados, contanto que eles retornassem ao país depois.

O Japão quebrou o acordo acatando pedido das famílias e com isso a negociação para achar os outros foi prejudicada.

Dor compartilhada

Além de Megumi Yokota, outras pessoas estão sem paradeiroa definidos. Entre eles, o jovem casal, Yasushi Chimura e sua noiva Fukie Hamamoto.

Eles desapareceram depois de sair para dar um passeio em Obama, no Japão. No verão de 1978, ainda mais três casais sumiram sem deixar vestígios.

Keiko Arimoto de 23 anos de idade, morava em Londres e trabalhava como babá, em 1983 ela se preparava para voltar para casa, mas uma oportunidade de emprego a fez mudar de ideia. Foi enganada e enviada para a Coreia do Norte.

Keiko Arimoto

Em 1988, cinco anós após o desparecimento, a mãe de Keiko recebeu ligação da mãe de Touru Ishioka, sumido desde 1980.

Ela havia recebido uma carta de Touru em que contava que estava vivendo em Pyongyang junto com Keiko. Ele mandou fotos do casal e de seu filho recém-nascido.

Eles são apenas algumas histórias, estima-se que centenas de jovens desapareceram no Japão a mando da Coreia do Norte.


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Desfecho

Após décadas de angústia, os casos continuam sem solução até os dias de hoje. Em 2014, uma surpresa foi revelada – Megumi tinha uma filha na Coreia do Norte chamada Kim He-gyong de 26 anos de idade.

filha de Megumi Yokota

A Coreia do Norte autorizou um breve encontro na Malásia entre a neta e Sakie e Shigeru Yokota. Desde entao, o casal segue com esperança de poder encontrar Megumi com vida.

Depois dos testes de mísseis norte coreanos e da resposta do Japão aos lançamentos, a Coreia do Norte decidiu paralisar todas as investigações sobre o caso dos sequestrados japoneses, acabando novamente com as esperanças dos familiares.

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