Hospital de Kumamoto possibilita maternidade anônima através de método polêmico no Japão

O ano era 2007 e apesar do aborto ser legalizado, um hospital de Kukamoto polemizou ao instalar uma pequena abertura com uma porta de madeira. Mas qual o propósito? Para que pais ou mães pudessem entregar seus filhos de forma anônima.

hospital Kumamoto

Motivos

Há muitas mulheres que engravidam, mas não têm estabilidade financeira, com ou sem companheiro, são muito novas ou apenas não desejam ser mães.

Além das dificuldades naturais de criar e educar uma criança, a possibilidade de concluir os estudos, entrar na universidade e talvez conseguir um bom emprego no futuro pesam na balança na hora de decidir ficar ou não com o bebê para as mães jovens.

Além disso, o mercado de trabalho japonês é rígido e altamente competitivo. A recente política para incentivar a inserção da mulher no mercado de trabalho ainda encontra dificuldades adicionais, com salários mais baixos e assédio maternidade, por exemplo.

Muitas são ameaçadas e acabam perderdo o emprego, apesar de haver uma legislação que as proteja.

Em recente polêmica, relatos de listas de espera para engravidar (com ordem hierárquica) são comuns nas empresas, segundo o Japan Times divulgou recentemente.

Aliás, um jovem casal, inclusive, teria sido forçado a se desculpar formalmente pela atitude chamada de egoísta. A mulher ficou grávida, tinha pouco tempo na empresa e não sabia que havia tal lista.

Bebês de Kumamoto

Em reportagem do Kyodo News em 2017, cerca de 125 bebês já haviam sido entregues ao hospital desde a instalação da porta. Segundo o presidente do hospital, Taiji Hasuda, a ideia surgiu com objetivo de salvar vidas.

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Na época causou controvérsias, já que o sistema de adoção no Japão não é eficaz e o futuro das crianças seria incerto. Muitos acabam vivendo por anos nos orfanatos.

Aliás, já falamos desse problema em outra matéria, se não viu, leia também:

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Além disso, muita gente defendeu que a possibilidade de poder abandonar um bebê no hospital dava bandeira verde para que mães agissem de forma irresponsável.

Em uma pesquisa interna de 2014, constatou-se que dos bebês deixados no hospital de forma anônima, 104 eram recém nascidos e o restante tinha no máximo 01 ano de idade.

Apesar de ser considerado raro, 18 bebês acabaram retornando para sua família. Enquanto o resto teve que ser encaminhado para orfanatos e 19 ficaram com parentes. O restante nunca terá direito de saber a identidade dos pais.

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Fonte: Kyodo News