A comunidade LGBT do Japão deu mais um passo na conquista de seus direitos. Afinal, ter uma cultura milenar pode ser uma faca de dois gumes. Se por um lado há preservação, também há dificuldades em quebrar certos conceitos.
Polêmicas
O parlamentar Mio Sugita, até sugeriu que casais do mesmo sexo são improdutivos por não reproduzirem. O membro do partido do Primeiro-Ministro japonês Shinzo Abe, também disse que homossexuais são pessoas potencialmente indignas de investimento público.
O político também não reconheceu a existência das mulheres do movimento #metoo acusando suas lideranças.
Desde então, o debate sobre os direitos da comunidade LGBT vem ganhando força no país. Uma das lideranças de destaque do movimento é o político Taiga Ishikawa, o primeiro homossexual assumido eletio na história país.
De acordo com Ishikawa, os comentários de Sugita sobre a comunidade LGBT japonesa são uma mancha significativa na reputação do país que sedará os Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio.
“A homossexualidade não é a definição de infelicidade, as observações discriminatórias como as de Sugita são a causa da infelicidade da comunidade”, afirmou Ishigawa em entrevista.
Porém, muitos políticos repudiaram as declarações desrespeitosas de Sugita. Por exemplo, Shunsuke Takei, ex-secretário parlamentar das relações exteriores afirmou que as palavras são puro discurso de ódio.
Já o ex-primeiro-ministro japonês, Yukio Hatoyama criticou o parlamentar pelo twitter “Você não precisa criar uma criança para que haja amor no mundo. Eu quero que eles (a comunidade LGBT) vivam com dignidade.”
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Chiba e a comunidade LGBT
Aproveitando o atual debate sobre os direitos dos casais homoafetivos japoneses, a prefeitura de Chiba será a primeira do Japão a emitir certificados de casamento para bissexuais, gays, lésbicas e pessoas transgêneros a partir de abril de 2019.
Os requisitos serão os mesmos para casais heterossexuais. Desde 2015, as prefeituras de Iga, Takarazuka, Naha, Sapporo, Fukuoka e Osaka, reconheciam a união estável de casais homoafetivos.
Porém, essa será a primeira vez que as pessoas poderão casar legalmente e terem seus direitos respeitados pelo poder público.
Durante a coletiva de imprensa que anunciou a novidade, o prefeito Toshihito Kumagai declarou que irá criar uma fundação onde as pessoas possam viver como desejam.
Além disso, Kumagai afirmou o compromisso da província de Chiba em se tornar um catalisador para todo o Japão.
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