Geralmente, quando se pensa em guerreiros japoneses do passado, muitos materializam a imagem de um samurai ou ninja. Porém eles não eram os únicos da classe guerreira do Japão feudal.
Embora a cultura pop enalteça ninjas ou samurais nos animes e cinemas, você pode encontrar mais informações em obras literárias do país.
O romance Musashi, de Eiji Yoshikawa, por exemplo, ajuda a compreender o bushi e a própria sociedade da época.
Além disso, é um livro espetacular de tirar o fôlego, rico em detalhes, mas com uma narrativa cativante.
Japão feudal
O período histórico compreendido como Japão feudal é comumente romantizado ao prazer do público pela indústria do entretenimento. Porém a realidade era muito penosa.
Apesar do Japão ser um país pacífico atualmente, foi uma nação que, de tempos em tempos, vivia em guerras dentro e fora de seu território.
Durante o período dos shogun, a vida do cidadão comum era muito difícil. Além da pobreza, muitos camponeses morriam nas batalhas ou nos ataques aos vilarejos.
Ainda assim, também houveram períodos de paz e prosperidade. Afinal, os mesmos guerreiros que criavam o caos ajudavam a restaurar a ordem.
Samurai
O mais alto símbolo da hierarquia militar, os samurais além de exímios guerreiros também eram educados em letras, arte e política.
Durante muitos séculos eles representaram a elite política, econômica e social do Japão. Ainda possuíam os melhores equipamentos militares e sabiam manusear diversas armas.
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Sohei
Essa classe guerreira nasceu no século XI e manteve-se ativa até o século XVI. Era composta por monges budistas e o maior e mais temido exército sohei ficava no templo principal de Hiei.
Eles não dispunham de tantos equipamentos, utilizavam roupas monásticas e armaduras medianas, mesmo assim eram guerreiros ferozes e temidos.
Eventualmente se aliavam a algum shogun para manter a independência religiosa dos templos budistas nos estados seculares.
Ikko-Ikki
Os ikko-ikki não são lá muito famosos, porém durante o século XV eles eram muito temidos especialmente pelos shoguns da época.
Assim como os sohei, os ikko-ikki eram monges budistas da escola Jodo-Shinshu e pregavam a salvação da humanidade pelo estudo e prática dos ensinamentos.
O grande diferencial dessa classe guerreira foram suas fileiras. Não era incomum o confronto dos ikko-ikki com exércitos liderados por samurais.
O maior feito do grupo foi a conquista da província de Kaga em 1448 antes de serem expulsos no século seguinte.
Ronin
Conhecidos como vagabundos ou andarilhos durante o século XV e XVI, os ronins eram guerreiros que perderam a hierarquia social ou buscavam uma posição.
Basicamente um ronin é um samurai sem mestre, ou seja, sem um daimyo. Porém, um ronin também poderia ser um jovem sem educação necessária buscando reconhecimento e um senhor.
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Ninjas
Apesar dos estereótipos da cultura pop (e mesmo com todos os segredos que envolvem essa classe guerreira), os ninjas eram um tipo de mercenário que sabia técnicas de espionagem.
Embora não tenham sido os únicos na história do mundo, são sem dúvidas os mais famosos.
Dificilmente alguém veria um ninja no campo de batalha, as técnicas dessa classe são de infiltração, roubo e assassinatos.
Ashigaru
Sabe aqueles guerreiros figurantes nos filmes que morrem na batalha e ninguém faz ideia de quem foi aquele combatente? De maneira reduzida, eles são os ashigaru.
Eles eram soldados rasos com equipamentos inferiores, basicamente eram o maior contigente em qualquer exército do Japão feudal.
As honras ficavam para os samurais, já os ashigaru eram os que de fato lutaram e morreram em batalha, mas não foram contemplados pela história.
Tsukai-ban
Apesar de também não terem sido contemplados nos livros, o corpo militar tsukai-ban era essencial para qualquer exército, especialmente nas batalhas caóticas.
Eles eram os guerreiros que cuidavam de toda a comunicação das forças militares. Portanto, durante uma batalha eram eles que coordenavam as formações táticas.