Você sabe porquê existem tantas pessoas solteiras no Japão?

Você sabia que o número de pessoas solteiras no Japão representa quase metade da população do país? Descubra mais sobre este assunto, confira.

Solteiros no Japão

A última pesquisa sobre o tema foi realizada pelo Instituto Nacional de Pesquisa Populacional e Previdenciária (IPSS) no ano de 2015.

69,8% dos homens de 18 a 34 anos não estavam em nenhum tipo de relacionamento. Já as mulheres solteiras da mesma faixa etária correspondiam a 59,1%. 30,2% dos homens e 25,9% das mulheres afirmaram na época não ter interesse em namorar ou casar.

A faixa etária com menor índice de pessoas não casadas ou sem relacionamento era dos 35 aos 39. Nesse grup,o os homens solteiros representam 35% e as mulheres 23,9%.

Já em números absolutos, o número de mulheres sem relação estável atualmente é mais quase 3,5 vezes maior do que na década de 60.

Outro contraste importante é o drástico aumento nos casos de divórcio no país. Enquanto em 2010 foram 253.353 separações legais, em 2017 foram 635.156 casamentos desfeitos.

A pesquisa também concluiu que um entre quatro casamentos no Japão acabam em divórcio.


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Quais são os motivos?

solteiros no Japão

Em entrevista para o portal Nippon, Uekusa Miyuki, proprietária da agência de encontro Marry Me em Tóquio revelou o motivo de tantos solteiros no país.

Muitos japoneses na faixa dos trinta anos ainda vivem na casa dos pais e não estão dispostos a sair dessa zona de conforto.

Além disso, como muitos jovens só entram no mercado de trabalho formal aos 20 anos de idade sobra pouco espaço para relacionamentos além dos amigos.

Miyuki revela que grande parte de seus clientes sequer sabem como interagir com uma pessoa do sexo oposto.

Normalmente são pessoas de 30 a 35 anos buscando os serviços da agência, que se percebem na meia idade e consideram encontrar um parceiro/a adequada.

Dificuldades

Apesar da grande demanda da agência Marry Me, as tradições e as etiquetas sociais do Japão ainda são muito presentes na vida de toda população.

Ainda é esperado que o homem ganhe mais que a mulher e seja o provedor da casa. Além disso, mesmo para as gerações mais novas essa premissa ainda existe.

Uekusa contou que uma cliente disse que ganhava 7 milhões de ienes por ano e exigiu que o pretendente ganhasse no mínimo 12 milhões.

Porém a realidade do país mudou muito ao longo dos anos. Afinal, hoje em dia as mulheres se tornaram muitos mais independentes profissionalmente e financeiramente.

Se um homem recebe menos que uma mulher no Japão, provavelmente ele não conseguirá ter um casamento ou um relacionamento.

Em contrapartida o divórcio se tornou algo normal, afinal, existe a possibilidade do casamento não dar certo.

Por isso é necessário que o pretendente corresponda a uma série de expectativas, como educação e estabilidade financeira.

Casais apaixonados existem, mas são exceção. Geralmente as pessoas buscam segurança e dificilmente escolhem uma aventura amorosa.

Há também os que romantizam o casamento como em um filme ou desenho animado, geralmente esses casamentos tendem a acabar em divórcio.

O que buscam?

Mais do que uma companhia e estabilidade material, muitas pessoas buscam alguém por razões de saúde. Por isso muitas pessoas buscam um parceiro para dividir o fardo de uma possível doença no futuro.

Criar um laço de parceria para momentos de dificuldade pode soar estranho, mas é perfeitamente compreensível no país.

Expectativas

De acordo com a empresária, a tendência é ter um número cada vez maior de solteiros no Japão. Enquanto as tradições e regras sociais forem mais importantes, os casamentos serão cada vez mais raros.

Além disso, o problema afeta diretamente a questão da baixa taxa de natalidade e o problema na previdência social que o país enfrenta há tempos.

Para haver mais casais e mais casamentos é necessário rever as tradições matrimoniais na realidade social, econômica e afetiva do século XXI.

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