A passagem dos tufões pelo Japão causam grande destruição e sofrimento no país. Porém, mesmo dentro de uma tragédia há belezas a serem observadas.
Como o país é abalado por desastres naturais de tempos em tempos, alguns grupos de voluntários no Japão surgiram para responder a essas emergências.
Em cidades afetadas pelas fortes chuvas, voluntários japoneses e estrangeiros trabalham em ritmo acelerado para ajudar diminuir o fardo das vítimas.
Empatia, solidariedade e trabalho duro
Atuar em áreas de desastres naturais é um grande desafio. Afinal, há uma enorme quantidade de lama e detritos que precisam ser retirados para normalizar o local ou salvar vidas.
Embora as chuvas pesadas tenham causado deslizamento de terra, enchentes e danos em estruturas, as equipes continuam trabalhando com afinco.
No ano de 2018 uma forte chuva causou destruição em Hiroshima, mas o entusiasmo dos voluntários emocionaram e contagiaram os moradores das zonas rurais do local. Com isso criaram-se laços de confiança e amizade.
Como as organizações aceitam pessoas de todos os credos, nacionalidade, etnia e orientação sexual, muitos japoneses mais velhos enxergam estrangeiros e pessoas diferentes de outra forma.
Idosos que antes nutriam um sentimento nacionalista e xenófobo, passaram a admirar, compreender e confiar em estrangeiros.
Há outro fator muito interessante nesse intercâmbio. Afinal, as pessoas vêm de diversas classes sociais e formas de interpretar o mundo.
Mesmo com tantos pontos de vistas, ideias e ideais, os colaboradores conseguem deixar suas diferenças de lado criar um ambiente harmônico e solidário.
Talvez os voluntários que atuam no Japão consigam por meio de suas ações mostrar para a sociedade japonesa que é possível construir um país melhor com a ajuda de estrangeiros.
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Revolução dos voluntários
O terremoto de Kobe em 1995, considerado o mais destrutivo do período pós-guerra foi um divisor de águas. Afinal, 6,500 pessoas morreram e milhares de desabrigados e feridos.
A partir de então, a rede de voluntários para atuar em desastres naturais surgiu e cresceu. Inicialmente, eram 1,330 pessoas para ajudar, incluindo jovens estrangeiros que foram até o Japão para ajudar.
Essa época ficou conhecida como a revolução dos voluntários (barantia kakumei). Foi uma mobilização nunca vista e perdura até os dias de hoje todas as vezes que o país sofre.
Rede de ajuda
No terremoto de 2011, foi incrível como a mobilização foi rápida. Todas as entidades, incluindo o governo japonês fizeram uma teia de solidariedade para que os voluntários pudessem atuar nas áreas mais necessitadas.
Por isso, diversas organizações dentro do Japão e fora se mobilizam em uma rede de contato poderosa. É possível ser filiado e responder ajuda através destas instituições.
IUVSA
Uma das mais famosas redes de voluntariado em desastres naturais no Japão é a International Volunteers University Students Association.
São aproximadamente quatro mil membros em 90 universidades espalhadas pelo país. É importante ressaltar que nem todo esforço é direcionado apenas aos desastres naturais.
A organização surgiu em 1992 na Universidade de Kokushikan em Tóquio com a premissa de ajudar os estudantes a colocarem em prática seus planos e ideias para a sociedade.
Além de atenderem as demandas domésticas, a IVUSA também atendem a chamados em países como Camboja, Laos, China, Nepal, Coreia e Filipinas.
IDRO
A International Disaster Relief Organization surgiu no Japão no grande tsunami de 2011 em Kyoto.
Mesmo sem tantos apoiadores como a IVUSA, os voluntários da IDRO trabalham em ritmo acelerado nas cidades afetadas pelas tempestades de 2018.
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Fontes: IDRO, IUVSA, Japan Times, gooverseas, disaster japan.