O Koan surgiu através do chamado budismo zen do Japão, é usado para fins meditativos. Para quem não sabe, a proposta da meditação zen (zazen) é um pouco diferente da que estamos acostumados.
Esse tipo é um pouco interativo e diferente. Ela trabalha a mente usando senso analítico e a intuição sem usar o egoísmo.
Alguns koans são tão paradoxais que muitos parecem não ter solução, outros são perguntas simples e diretas e alguns em forma de conto.
Entre os benefícios da meditação zen está a capacidade de deixar os pensamentos fluírem, assim como desenvolver uma conexão entre a mente e o corpo.
O segredo para entender o koan é usar a intuição em vez do raciocínio e da mente lógica, ok?! Confira.
Koan – Um copo de chá
Um mestre japonês chamado Nan-in da era Meiji (1868-1912) recebeu um professor universitário que veio buscar respostas sobre o Zen.
Nan-in serviu chá. Ele serviu ao seu convidado uma xícara cheia e continuou colocando até transbordar.
O professor observou a cena até não conseguir se conter. “Já está cheio. Não precisa colocar mais!”.
“Como essa xícara”, Nan-in disse, “você é cheio de suas próprias opiniões e especulações. Como eu posso ensinar o Zen a você até que esvazie sua xícara?”
A estrada
Tanzan e Ekido estavam viajando juntos por uma estrada cheia de lama e uma forte chuva começou a cair.
Ao se protegerem, eles se deparam com uma linda garota vestida em kimono de seda. Ela não conseguia atravessar por causa da lama e chuva.
Tanzan chamou a moça, a colocou nas costas e a carregou na estrada cheia de lama. Ekido não falou mais nada até o anoitecer no templo.
Já não podendo mais conter seus pensamentos, ele diz: “Nós monges não podemos chegar perto de mulheres”. E continuou: “especialmente jovens e amáveis. É perigoso. Por quê você fez aquilo?”.
Tanzan responde: “Eu deixei a garota lá, porque você ainda está a carregando?”.
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A lanterna
Nos tempos antigos do Japão, lanternas de bambu e papel eram usados com velas dentro.
Um homem cego iria visitar seu amigo durante a noite e ofereceram uma lanterna para ele levar para casa.
“Eu não preciso de lanterna”, ele disse. “Escuridão e luz são a mesma coisa para mim”. O amigo replicou: ” Eu sei que você não precisa de lanterna para achar seu caminho”. E continuou: “Mas se não tiver uma, alguém pode te atropelar. Portanto, deve levar”.
O homem cego seguiu seu caminho de volta com a lanterna e ao caminhar quase é atropelado.
“Olhe para onde você anda, não consegue ver a lanterna?”. O estranho respondeu: “Sua vela está apagada, cara”.
Além desses contos, existem inúmeros outros do budismo zen, cada um leva a uma reflexão diferente sob diferentes aspectos da vida.
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