No dia 13 de fevereiro de 2019 foi noticiado pela canal NHK que a sessão de febre dos fenos (sessão de pólens no Japão ou kafunsho) oficialmente começou em Tóquio e com cinco dias de antecedência.
Quem tem rinite alérgica está bem familiarizado com a febre dos fenos. Uma inflamação que causa coceira, congestão nasal, olhos avermelhados e inchados.
O canal também informou ao público que a quantidade de pólens no ar de Tóquio está 20% maior que no ano anterior.
Além disso, acredita-se que metade da população de Tóquio é diretamente afetada pelos pólens produzido pelas árvores na capital japonesa.
Motivos do Japão sofrer com esse problema
Para entender o motivo de tanta “poluição natural”, é preciso voltar a década de 40. Após a segunda guerra mundial, o país adotou uma política para autossuficiência na produção de madeira.
Além disso, como o país é um grande produtor, consumidor e importador dessa matéria prima, o governo japonês decidiu plantar o máximo de árvores de cedro possível dentro do território nacional.
Essa medida foi um sucesso do ponto de vista econômico. Afinal, só no ano de 2018 a indústria de madeira japonesa movimentou 200 bilhões de ienes (algo próximo a U$1,8 bilhões).
Porém os efeitos colaterais não foram considerados naquela ocasião. Ou seja, a produção massiva de pólens pelas árvores de cedro.
Em um artigo escrito por James Sterngold para o jornal The New York Times tinha o título Japan’s Cedar Forests Are Man-Made Disaster (Florestas de cedro do Japão são um desastre gerado pelo homem).
Ao longo de sua avaliação, Sterngold afirma que nunca antes na história da humanidade enfrentou-se uma situação de calamidade de pólen como que acontece no Japão.
O autor também dá grande ênfase as florestas de árvores de cedro próximas a base do Monte Fuji, o maior problema do Japão de acordo com James.
Contra medidas para o problemas
Para além da alergia ao pólen produzido pelas árvores do Japão, que atingem 48,8% da população, de acordo dados do governo japonês, a economia do país está sofrendo consideravelmente.
Com praticamente uma em duas pessoas alérgicas, durante o período de polinização, muitas pessoas acabam faltando ao trabalho. Tudo devido a reação alérgica e a maioria se recusa a sair de casa durante o fim de semana.
Com isso, as vendas de empresas, como o Starbucks e seus produtos sazonais especiais de sakura sofrem percas irreparáveis.
Para lidar com a situação, o governo japonês gasta em torno de 774 milhões de ienes para derrubar os cedros e replantar árvores com baixo teor de pólen.
Por ano são 60 hectares substituídos. Se parece pouco é por causa dos efeitos colaterais que cortar áreas maiores podem causar.
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De acordo com especialistas, desmatar mais de 60 hectares tem o potencial de destruir a capital japonesa com deslisamentos de terra e inundações bíblicas.
Essa poluição natural continuará até o fim da primavera. Por isso, se você vive ou está em Tóquio durante essa sessão, prepare sua máscara, antialérgicos e colírios.
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Fontes: GaijinPot, The New York Times, Japan Today, NHK.