Jigoku e Yomi no Kuni

Jigoku e Yomi no Kuni: conheça os infernos do budismo e do shinto

A cultura religiosa do Japão se divide no budismo e no shinto. As duas são bem aceitas e não existe rivalidade, com templos espalhados pelo país.

Hoje, vamos abordar um assunto da cultura japonesa, que são os conceitos de inferno nas duas religiões. Confira.

Yomi-no-Kuni – Inferno do shinto

Conhecido como Yomi, esse inferno é um pouco diferente do budista e do conceito de tortura e sofrimento do cristianismo.

O conceito do céu é descrito como um reino pacífico Takamahara takamahara, o da terra é o Ashihara-no-Nakatsukuni e o do inferno é o Yomi-no-Kuni.

O Yomi é regido pela deusa Izanami. Ela foi parar no inferno depois que morreu. O deus da criação Izanagi vai até lá para tentar resgatá-la.

Izanami e Inzanagi

Izanami e Izanagi

Izanami recusa ser resgatada, pois havia comido os alimentos do submundo. Izanami não desistiu e quando teve a visão de Izanami apodrecendo, enviou Yomotsu-shikome, a bruxa do submundo.

Izanami no inferno
Izanami no inferno

Com a falha do resgaste, enviou Raijin, deus do trovão e Izanagi foi também. Ao final, fechou o Yomi com pedregulhos e afirmou que iria tirar a vida de 1,000 pessoas todos os dias enquanto Izanami ficasse longe dele.

Izanagi em resposta, afirmou que daria vida a 150,000 pessoas todos os dias. Além disso, declarou que a terra do Yomi seria uma terra profana e impura. A ideia do inferno do shinto é essa, sem tortura ou paisagem cheia de terrores.

Jigoku – inferno do budismo

O inferno do budismo é um pouco mais tenebroso com demônios, punições e divididos em vários.

Tem o inferno de uma nuvem preta de areia, cinco pontas, da fome, da sede, do pus e do sangue, do caldeirão de bronze, do ferro, de folhas de espada, rio de cinzas, galo flamejante, raposas e lobos, moedor, gelo congelante e mais.

Cada qual com uma visão aterrorizante de dor e sofrimento e são muitos para contar. Alguns dizem ter mais de 60,000, mas o consenso de muitos é de oito.

Jigoku zoshi

Alguns dizem ter dezesseis, oito flamejantes e oito congelantes. Cada região do Japão tem uma descrição e números de infernos diferentes.

De Tóquio, por exemplo são oito. O toukatsu jigoku, kokujou jigoku, shugou jigoku, kyoukan jigoku, dai-kyokuan jigoku, jounetsu jigoku, dai-jounetsu jigoku e mugen jigoku.

Por exemplo, se uma pessoa comete um homicído, seja de humanos ou animais vai para o toukatsu jigoku, onde Oni irá proporcionar a megadeath.

Esse conceito é que Oni matará, a pessoa reviverá e morrerá novamente em um ciclo sem parar. Se a pessoa além do assassinato for devassa e viciada em álcool, irá para o kyokuan jigoku, onde será fervido e assado.

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O rei dos infernos do budismo é King Enma que delega o poder com outros seres. Nos infernos budistas o sofrimento pode ser interrompido e a pessoa pode voltar para o ciclo de reencarnação.

Para escapar desses cenários existem seis chances. Por isso, as orações dos familiares são importantes nas datas de aniversário das mortes.

São elas depois de 100 dias, depois de um ano, dois anos, seis anos, 12 anos e por fim 32 anos da morte. Os templos budistas fazem cerimônias para ajudar a alma presa no inferno a passar pelas provações.

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Fonte: tofugu.

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