O Japão lançou ao final de 2018 sua primeira konbini automatizada na estação de Tokyo, a Touch To Go W/Kinokunya.
O Japão é um país onde a tradição do dinheiro em espécie ainda é muito forte dentro da sociedade. Além disso, muitos estabelecimentos sequer possuem máquinas para cartão de crédito.
Porém, o governo japonês adotou um plano para que a população deixe de utilizar o dinheiro vivo e passe a utilizar apenas o dinheiro digital a partir de 2020.
Se você acompanha as novidades tecnológicas do mundo, provavelmente já viu alguma coisa sobre as lojas Amazon Go nos EUA, a primeira loja automatizada do mundo.
Konbini automatizada
Para entrar na Touch To Go W/Kinokunya, o cliente precisa de um IC Card, o Suica ou o Pasmo para registrar sua entrada.
Dentro do estabelecimento existem diversas câmeras com reconhecimento facial e ligadas a um sofisticado software de inteligência artificial. Ela também reconhece os itens que o cliente coloca em sua sacola de compras.
Cada item depositado dentro da sacola é registrado pelas câmeras e antes de sair, é exibido a lista de produtos que a pessoa pegou, o valor e se ela está de acordo com a compra.
Para aceitar e as portas se abrirem, basta utilizar novamente o IC Card e o valor da compra é debitado automaticamente do cartão.
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Sem caixas ou filas
Nessas lojas automatizadas, os únicos processos que dependem de pessoas é para a reposição de itens e limpeza (eventualmente alguma manutenção dos equipamentos).
Além disso, a comodidade de não ter que esperar na fila, simplesmente pegar os produtos e sair foi uma das grandes apostas para atrair a clientela.
Até mesmo a gigante das konbini 7-Eleven, também lançou algumas lojas automatizadas pelo Japão.
Entretanto, essas lojas ainda enfrentam resistência do público que insiste em utilizar o dinheiro físico para transações do dia a dia. Além dos idosos terem dificuldade em usá-las.
Preocupações com o futuro
O uso de inteligência artificial e lojas automatizadas geram desconforto e preocupação com milhares de trabalhadores, não só do Japão, mas do mundo inteiro.
Na China, por exemplo, já existe uma inteligência artificial que apresenta 24 horas de notícias ininterruptas no país.
Ou seja, não são apenas trabalhadores comuns que podem ficar sem emprego e sem renda. Até mesmo médicos podem ter o futuro ameaçado pelo avanço desenfreado da tecnologia.
Para além, há uma grande preocupação quanto a privacidade das pessoas que terão todos os seus hábitos de compra registrados e armazenados por uma inteligência artificial.
Embora muitas pessoas confiem nas instituições que fornecem esse tipo de serviço, existem muitos casos e pouco divulgados sobre compra e venda de dados pessoais e privados para outras empresas por um preço ínfimo.
Os desafios do século XXI sobre a segurança e privacidade parecem não acompanhar o desenvolvimento tecnológico (que também não possui uma diretriz exata ou fiscalização adequada).
Por enquanto, as lojas automatizadas do Japão ainda não se tornaram um grande atrativo para o público em geral. Especialmente por causa da tradição do país.
Mas será que em 2020 todos os cidadãos japoneses conseguirão fazer essa transição tão abrupta de consumo, economia e comportamento?
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