A milenar história japonesa possui algumas figuras impressionantes, como o Príncipe Shotoku, Imperatriz Jingū Kōgō e o shogun Toyotomi Hideyoshi.
Porém, algumas personalidades não tão populares aos ocidentais são tão incríveis, como os principais heróis e heroínas do Japão.
Nesse artigo você conhecerá um pouco da história de três monges japoneses que deixaram suas marcas na história. Confira.
1. Benkei: o monge guerreiro gigante
Saito Musashibo Benkei foi um monge budista e um grande bushi sohei. Nascido no século XII no ano de 1155, Benkei se dedicou a vida monástica ainda criança.
Sua jornada nos estudos dos ensinamentos de Buddha eram divididos entre a academia e as artes marciais. De acordo com a lenda, aos 17 anos de idade o jovem monge media 2 metros de altura.
Com o tempo, Benkei se tornou um exímio manuseador de naginata. Uma poderosa arma utilizada tanto pelas onna-bugeishas, quanto pelos guerreiros sohei.
Além disso, após seus estudos, Benkei decidiu se tornar um eremita nas montanhas japonesas para contemplar e meditar sobre a natureza da vida.
Entre suas meditações, o monge japonês gigante concluiu que existiam armas demais no mundo. Além disso, eram manuseadas por pessoas que não tinham a dignidade necessária.
Depois de chegar a essa conclusão, Benkei passou a desafiar todos os bushi que ele não considerava dignos de uma nihonto ou katana.
Segundo a história, o mongem chegou a tirar de circulação 999 lâminas (999 bushi derrotados pelas mãos do monge) transformando-as em objetos de coleção.
Mas Benkei foi derrotado quando lutou contra o lendário guerreiro Minamoto Yoshitsune. Sua primeira derrota.
Após esse evennto, Benkei jurou lealdade a Yoshitsune e lutou ao lado do grande general em diversas ocasiões.
Porém, o general Minamoto Yoshitsune foi traído por Fujiwara no Yasuhira em 1189. O monge Benkei foi morto por flechas enquanto protegia Yoshitsune e seu ritual de seppuku.
De acordo com a história, o monge gigante morreu de pé. Isso foi espantoso e admirável. Esse ato ficou conhecido como Benkei no Tachi Ōjō, ou seja, a morte em pé de Benkai.
2. Kakusan-ni: a monja revolucionária
Para muitas mulheres, o monastério era um destino praticamente certo quando seus maridos faleciam. Kakusan-ni (seu verdadeiro nome era Lady Horiuchi) foi a esposa de Hojo Tokimune. O famoso líder militar responsável pelas forças japonesas durante a invasão mongol.
Além disso, com a morte de seu marido, Kakusan-ni fundou o templo de Tokei-ji em Kamakura, Kanagawa.
A monja revolucionou seu tempo ao transformar o templo budista em um santuário para mulheres que sofriam violência doméstica e abusos de seus maridos.
No demais, a entrada de homens no templo era terminantemente proibida. Como Nakusan-ni foi muito próxima as elites locais, foi protegido ao longo dos séculos.
O templo fundado entre 1284 e 1285 foi muito influente e ficou conhecido como o “Templo do Divórcio” por intermediar o divórcio entre casais. Pessoas do sexo masculino só puderam entrar no templo Tokei-ji em 1902.
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3. Kukai: o monge iluminado
Conhecido como Kōbō-Daish, Kukai foi uma personalidade singular na história do Japão. Além de monge foi engenheiro, artista, poeta, professor, escultor, funcionário público, entre outras atividades cívicas.
Mas seu feito mais impressionante dentro da sociedade japonesa foi criar escolas abertas para todas as castas sociais do país entre os séculos VIII e IX.
No demais, para além de seus feitos mundanos, Kukai é compreendido por muitos budistas, como alguém que não morreu. Apenas atingiu a iluminação e desapareceu.
Quando Kōbō-Daish estava considerando se tornar um monge, resolveu se jogar de um penhasco para que o destino determinasse qual seria o seu caminho.
De acordo com a lenda, após Kukai se jogar, um grupo de bodhisattvas o resgatou e da morte certa.
Além disso, uma vez ordenado, diz a história, que a estrela da manhã (estrela D’alva ou Vênus) parecia ter voado para sua boca.
E quando finalmente se tornou um monge, Kukai era capaz encontrar água em qualquer lugar e realizar qualquer tipo de exorcismo. D acordo com algumas lendas também era capaz de voar.
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