Os anos 70 e 80 do Japão foram marcados por um movimento chamado sukeban. Suke (feminino) ban (chefe).
Nele, gangues femininas compostas por estudantes do colegial ditaram formas de comportamento e de estilo seguidos até os dias atuais. Saiba mais.
Sukeban
As meninas colegiais afrontavam os valores tradicionais japoneses daquela época. Começaram com pequenos atos, por exemplo, fumavam escondidas nos banheiros dos colégios.
Depois, a subcultura japonesa passou a desafiar tudo e principalmente o patricarcado. Explodiram nos anos 70 e 80, mas teve início no final dos anos 60.
Naquela época, já existiam gangues masculinas (yankii), mas não aceitavam mulheres.
Uniforme demure
O uniforme escolar era sinônimo de tradição e de bom comportamento. Esse contraste assustou os japoneses pelos atos rebeldes das meninas e o que a roupa representava.
Então, acabou virando símbolo de rebeldia fugindo dos padrões kawaii e ditando outras ideias contrárias a obediência e tradição por causa das colegiais do sukeban.
Mantinham as saias longas na altura do tornozelo e não mostravam o corpo como protesto contra a revolução sexual dos anos 60 ditando que elas não deveriam ser objetos para o público masculino.
Ainda que o uniforme colegial carregasse esse tipo de fantasia, o objetivo era desconstruir essa ideia com o comportamento.
Comportamento
Praticavam pequenos delitos
Suas atitudes eram marcadas pela violência verbal e prática de pequenos delitos, como furtos.
Andavam armadas
Muitas andavam com tesouras, correntes e outras armas brancas usadas para proteção. As regras internas também eram implacáveis com punições e hierarquia.
Punições
As punições internas eram aplicadas com queimaduras de bituca de cigarro e apanhar de um grande número de garotas.
Regras
As regras internas eram claras e não poderia haver desrespeito, uso de drogas, traição e falar com as gangues rivais. Deveria haver lealdade.
Estima-se que as gangues chegaram a contabilizar mais de 20,000 meninas que disputavam contra grupos sukeban e yakii.
Não apelavam
Apesar da rebeldia, as meninas não sexualizavam o corpo usando roupas curtas ou demonstrando promiscuidade em seu jeito de agir que ficaram marcados nos movimentos de bad girl dos anos 90.
Oposição ao patriarcado
Elas lutavam contra o patriarcado e os valores da sociedade que tratavam mulheres como objetos. Era marcado pela resistência e oposição das filhas da classe operária.
Elas não tinham perspectiva ou vontade de ser tornarem mulheres de salarymans ou executivas. Não gostavam do papel que a mulher tinha na sociedade e a ideia de que deveriam ser obedientes e boazinhas.
Os grupos mais conhecidos se chamavam Tokyo’s United Shoplifters e Kanto Women Delinquent Alliance.
Moda Sukeban
Da subcultura do sukeban surgiu um movimento de moda em que as meninas customizavam os uniformes que as colegiais usavam nos anos 70.
É comum ver ensaios de revistas de moda e fotos em que o uniforme demure é transformado por DIY. Blusas viram cropped e ganham patches com kanji.
Essa onda não era ligada aos valores, ideais e regras das gangues sukeban, mas virou uma moda em que garotas japonesas optavam por inspirar rebeldia.
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Distorção pela mídia e entretenimento
Porém, o movimento acabou sendo distorcido pela mídia e o entretenimento japonês em que as colegiais sukeban são retratadas com apelo sexual em filmes. Eles transformaram a imagem em algo sexy, substituindo as armas brancas por ioiôs.
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