Trono crisântemo: motivo das mulheres ficarem fora da linha de sucessão

O trono crisântemo terá seu 126° Imperador no dia 1º de de maio de 2019. Ao longo da história, apenas oito mulheres foram Imperatrizes regentes.

A última mulher a ocupar o trono japonês foi a Imperatriz Go-Sakuramachi, a 117ª durante o século XVIII. Desde então, são 248 anos que o Japão passou sem ter uma figura feminina ocupando o trono imperial do Japão. Entenda mais.

Tradição japonesa

A julgar pela quantidade de mulheres que ocuparam o trono ao longo da história japonesa, é possível afirmar que esses casos foram apenas exceções.

Afinal, a Lei De Sucessão Imperial determina que apenas os primogênitos do sexo masculino são aptos. Mas essa tradição já foi objeto de discussão no Japão.

Em 2005, um grupo governamental recomendou ao então primeiro ministro japonês, Junichiro Koizumi, uma alteração na Lei De Sucessão Imperial.

A alteração previa que qualquer primogênito do Imperador, independente do gênero, fosse o legítimo herdeiro do trono crisântemo.

Naquela ocasião, era esperado que a princesa Aiko, a primogênita do futuro Imperador Naruhito, pudesse se tornar a Imperatriz após o reinado de seu pai.

Princesa Aiko
Princesa Aiko

Mas apesar da opinião pública se mostrar favorável a mudança na lei (84% dos entrevistados aprovavam a medida), o debate não prosperou por causa da gravidez da princesa Kiko.

Tradição vs realidade

Com o nascimento do príncipe Hisahito, filho da princesa Kiko e do Príncipe Akishino (Fumihito), os partidos políticos e a sociedade conservadora do Japão optaram por deixar esse debate para outra ocasião.

Príncipe Akishino e sua família
Príncipe Akishino, princesa Kiko e príncipe Hisahito

Porém, o problema é que das 18 pessoas que compõem a família imperial, apenas cinco são homens: Akihito, Naruhito, Hitachi, Akishino e Hisahito.

Por isso, o panorama da sucessão imperial pode se tornar um problema no futuro. Aparentemente a imensa maioria da população se mostra favorável a possibilidade de uma mulher ocupar o trono crisântemo.

Além disso, uma pesquisa realizada pela Kyodo News com 3 mil japoneses revelou que 83% aprovam a alteração na Lei de Sucessão Imperial.

Porém, esse assunto só pode ser resolvido dentro da Dieta e o atual primeiro ministro Shinzo Abe não faz parte dos 83%.

Tanto Shinzo Abe, quanto seu partido Jiminto (LDP), defendem a ideia de que a sucessão do trono é uma questão fundamental, pois remonta a própria fundação do Japão.

Por isso, com a ascensão de Naruhito em 2019 e as próximas eleições do Japão previstas para 2021, esse debate provavelmente poderá ser revisto a partir de 2022. Mas isso é especulativo.

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As oito Imperatrizes do Japão

Imperatriz Suiko
Imperatriz Suiko

O Japão teve oficialmente oito imperatrizes. Duas reinaram por duas vezes. Apesar das lendas da Grande Imperatriz Guerreira Jingu estar presente na história do Japão, não há nenhuma evidência histórica que comprove sua existência, por isso, costuma ficar fora das listas.

E isso é possível, pois o sistema de escrita do Japão surgiu aproximadamente cinco séculos após a morte da Imperatriz.

As oito Imperatrizes do Japão foram:

Imperatriz Suiko – 33ª regente do trono crisântemo, reinou de 593 a 628;
Imperatriz Kōgyoku – 35ª e 37ª regente do trono crisântemo, seu primeiro reinado foi de 642 a 645, o segundo reinado aconteceu de 655 a 661;
Imperatriz Jitō – 41ª regente do trono crisântemo, reinou de 686 a 697;
Imperatriz Genmei – 43ª regente do trono crisântemo, reinou de 707 a 715;
Imperatriz Genshō – 44ª regente do trono crisântemo, reinou de 717 a 725;
Imperatriz Kōken – 46ª e 48º regente do trono crisântemo, seu primeiro reinado foi de 749 a 758, o segundo reinado aconteceu de 764 a 770;
Imperatriz Meishō – 109 ª regente do trono crisântemo, reinou de 1629 a 1643;
Imperatriz Go-Sakuramachi – a 117ª regente do trono crisântemo, reinou de 1762 a 1771.

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