Quem visita Tokyo se surpreende com a organização e a limpeza da cidade. Porém, quando se trata do céu e da qualidade do ar na capital japonesa, a história é outra.
Poluição
Você sabia que todos os anos, aproximadamente 60 mil pessoas morrem no Japão por causa de doenças relacionadas a poluição do ar?
Apesar de não ser o ar mais poluído da Ásia, 80% da população japonesa vive em locais com índices maiores do que os recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Embora a qualidade do ar em Tokyo tenha melhorado nos últimos anos, os índices ainda são preocupantes. Principalmente em uma cidade que sediará tanto as Olimpíadas e Paraolimpíadas, quanto a Copa do Mundo de Rugby.
O verão de Tokyo
Depois da experiência dos Jogos Asiáticos 2018 em Jakarta, Indonésia, quando um maratonista terminou a prova 30 minutos depois do vencedor, há uma certa preocupação com a saúde dos atletas olímpicos em Tokyo.
Durante os Jogos Asiáticos, o último maratonista a cruzar a linha de chegada afirmou que concluir a prova foi um milagre. Além disso, de acordo com o atleta, as condições foram brutais.
O calor e a poluição do ar proporcionaram a corrida mais lenta da história dos jogos nos últimos 30 anos.
Como as Olimpíadas 2020 acontecerão em meio ao verão japonês, muitas pessoas estão preocupadas que o clima e a poluição do ar possam afetar o desempenho dos atletas. Afinal, quem já passou pelo verão japonês sabe que ele é bem penoso.
Contra medidas
No Japão, existem grupos organizados que buscam justiça por danos físicos causados pela poluição do ar.
Muitas pessoas contraíram asma, bronquite e outras doenças respiratórias devida a baixa qualidade do ar japonês. Por isso, entram na justiça para exigir reparação por suas despesas médicas e por um ar mais saudável.
Além disso, sabe-se também que os poluentes estão associados a graves doenças. Por exemplo, problemas cardiovasculares, câncer, pneumonia e AVC.
Em busca de uma solução adequada para a realidade japonesa, o governo de Tokyo organizou um evento internacional ( Tokyo Forum for Clean City & Clear Sky) para combater a poluição do ar.
Uma das medidas adotadas no evento foi o compromisso do governo de impulsionar a indústria de veículos não poluentes e ter 50% de suas frotas urbanas com veículos livres de poluentes até 2030.
Medidas adicionais
Ainda que o céu esteja melhor em Tokyo, ainda existem muitos problemas a serem enfrentados no solo japonês.
Caminhar pelas ruas de Tokyo ainda é se deparar com muitos fumantes (em 2020 será vetado). Além disso, o ritmo de veículos é intenso.
Ônibus que filtram o ar
Por isso, uma nova e pequena frota de ônibus está em fase de testes na cidade. O transporte movido a células de combustível de hidrogênio possui tecnologia para filtrar o ar.
Esses ônibus tem a capacidade de filtrar até dez vezes a quantidade que um carro particular emite de gases poluentes.
Porém, a adesão de empresas sem emissões poluentes ainda é muito tímida. As companhias japonesas alegam que os custos para mudar as frotas ainda é muito alto.
No entanto, uma das principais fabricantes de grandes veículos, a Hino Motors pretende reduzir a emissão de CO2 em 90%. Além disso, planeja ter frotas 100% elétricas até 2050.
Um problema nacional
Apesar da melhora na qualidade do ar da capital japonesa nos últimos anos, o problema da poluição no Japão é uma ameaça a todas as cidades.
Isso porque as regiões fronteiriças dificultam o trabalho de redução de elementos poluentes na atmosfera.
Exportação de poluição
Como o espaço territorial japonês é pequeno, as grandes cidades não conseguem manter os seus microclimas e acabam exportando poluição para outras cidades.
Por isso é vital que todas as cidades japonesas trabalhem para implementar políticas públicas para a saúde e qualidade do ar.
Leia também
Transporte: vale a pena usar o aplicativo de transporte Uber em Tokyo
Japão veta fumo para as Olimpíadas de Tokyo 2020
Como a cidade de Tokyo consegue ser tão organizada com uma população tão grande?
Dados
O Japão é o país com mais resíduos em partes por bilhões (ppb) na estratosfera entre todos os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD).
São impressionantes 67 partes por bilhões (elementos como fuligem, CO2 e enxofre). Para se ter uma ideia, o céu de Tokyo já chegou a ter 6,25 toneladas de poluentes jogados na sua atmosfera em 2000.
O número caiu consideravelmente nos anos seguintes. Em 2010 a quantidade de poluentes na atmosfera foi de 2,24 toneladas.
Gostou do artigo? Compartilhe! Clique aqui e receba nosso conteúdo exclusivo pelo Facebook Messenger.