O povo ainu, os aborígenes do Japão, são um dos mais misteriosos de todo o mundo. Afinal, apesar de habitarem o mesmo espaço geográfico que os japoneses, não tem quaisquer semelhanças.
Então, de onde surgiram? Essa é uma pergunta que continua intrigando muitos pesquisadores e historiadores.
Afinal, registros dos primórdios estão perdidos. Mas os especialistas concordam com uma coisa: eles estão no país antes que os japoneses.
Origem
Existem muitas teorias sobre a origem do povo ainu. Porém nenhuma oferece evidências concretas.
Migração da Oceania
Uma das teorias mais famosas conta, que eles vieram do mesmo grupo pré-histórico dos aborígenes da Oceania, que migraram para o Japão durante o período Jomon. Um período entre 14 mil e 2.500 anos.
Migração da Mongólia
Outra teoria considerada mais próxima da verdade devido a evidências genéticas sugere que povos da Mongólia migraram para o Japão durante o período Jomon.
Isso porque os traços físicos são mais próximos dos mongóis e das pessoas do extremo russo, do que da Oceania.
Tibet e Ilhas Adaman
Testes de DNA revelaram que existe uma relação muito próxima entre o ainu e os povos do Tibete e das Ilhas Adaman.
De qualquer forma, as evidências genéticas são fracas demais para dar uma solução a esse enigma sobre a origem.
Diferenças
Como dito acima, a única coisa que ligam os japoneses aos ainu é o espaço geográfico que ambos os povos habitam. E é só.
O ainu é mais altos, do que a estrutura média dos japoneses, possui um crânio maior, mais pelos (especialmente no rosto) e cabelos grossos e ondulados.
Além disso, não há nenhum povo na região do extremo oriente com uma fisionomia semelhante.
O homem de Kennewick
O homem de Kennewick, também conhecido como o Homem de Richland, é um esqueleto encontrado no rio Columbia na cidade de Kennewick no estado de Washington, EUA.
Encontrado por acidente em 1998, o homem de Kennewick estava em perfeito estado de conservação.
Antropólogos e cientistas se debruçaram sobre a descoberta para entender melhor quem era esse misterioso homem.
Inicialmente acreditava-se que se tratava de um esqueleto de um aborígene da América do Norte, porém, exames mais detalhados revelaram uma surpresa.
Além da estrutura não ser correspondente a nenhuma etnia dos povos originários da América do Norte, sua dieta e dentição também eram bem diferentes.
A princípio os pesquisadores acreditavam se tratar de um homem caucasiano, provavelmente um explorador europeu.
Testes de carbono revelaram, o esqueleto tinha aproximadamente 9 mil anos de idade.
Além disso, quando foi comparado com restos mortais de outros povos, o biotipo mais próximo do homem de Kennewick era dos ainu.
Apesar das semelhanças, não foi possível estabelecer uma conexão entre ambos. Então, quem era o homem encontrado no Rio Colorado ainda permanece um mistério.
Leia também
Tradição e modernidade: o silencioso conflito no Japão
Diferenças entre shinto e o budismo no Japão
História do Japão: conheça o povo Ainu
Idioma
Esse é outro ponto muito importante para diferenciar os ainu dos japoneses, além do aspecto físico.
Enquanto o idioma japonês possui uma profunda relação com a China, os ainus falam um idioma completamente diferente de qualquer dialeto encontrado na Ásia.
A palavra Ainu significa “humano”. De maneira resumida, acreditam que o ser humano não é superior a nenhum outro ser da natureza.
Compartilhe! Clique aqui e receba nosso conteúdo exclusivo pelo Facebook Messenger.