A ilha artificial de Dejima é um dos pontos turísticos mais interessantes da cidade de Nagasaki. Além da beleza arquitetônica sua história é fascinante.
Dejima
Dejima pode ser traduzido como “ilha de saída”. São aproximadamente 400 anos de história, mas a parte mais interessante tem cerca de 200 anos.
Porém, tudo começou antes mesmo da ilha ter sido construída com um acaso da natureza que proporcionou o primeiro contato do Japão com os europeus.
Período Nanban
O primeiro contato dos japoneses com os europeus aconteceu em certa medida graças ao acaso e a ação da natureza.
Em 1543 mercadores portugueses navegavam por águas próximas ao Japão, mas uma tempestade os forçou a mudar de curso e eles acabaram aportando na ilha de Tanegashima.
Interesse pelas armas
Nesse primeiro encontro, os portugueses encontraram com o governante local que se interessou pelas armas (mosquetes) dos europeus.
É por isso que essas armas no Japão ficaram conhecidas como Tanegashima. Esse comércio deu início ao que é conhecido como período nanban (comércio com os bárbaros do sul).
O comércio
A metade do século XVI foi marcado por uma intensa relação comercial entre europeus e japoneses.
Porém, o comércio com a região de Kyushu era particularmente difícil, pois a baía de Nagasaki não oferecia proteções aos navios contra o mar. Por isso, os navios mercantes aportavam na cidade de Hirado.
Logística comercial
Para resolver a logística comercial foi construído um porto na baía de Nagasaki em 1570 para receber os comerciantes europeus.
Durante alguns anos o comércio com o Japão foi dominado por mercadores portugueses. Os britânicos e holandeses que também disputavam o mercado japonês de armas e especiarias só vieram a partir de 1600.
Período Sakoku
Durante o período Edo houve o período conhecido como sakoku também chamado de período fechado.
Nesse período houve uma grande perseguição religiosa de religiões não nativas, ou seja, o cristianismo (e até mesmo o budismo).
Embora o cristianismo tenha sido banido do país em 1612 por ordem do shogun Tokugawa Ieyasu, o comércio com os europeus não foi suspenso.
Ilha artificial
Porém, as autoridades japoneses comercializavam com os europeus com cautela. Para controlar os comerciantes estrangeiros, Tokugawa ordenou a construção de uma ilha artificial em Nagasaki em 1634.
A ilha batizada de Dejima foi projetada para abrigar os comerciantes estranheiros mais especificamente os portugueses.
Porém, a associação do portugueses na revolta conhecida como Levante de Shimabara causou a expulsão completa dos portugueses do Japão.
Fechado, mas nem tanto
Após a saída definitiva dos portugueses do Japão, Tokugawa permitiu que a ilha abrigasse comerciantes holandeses.
Apesar da perseguição contra cristãos em solo japonês, o comércio com os ocidentais se mostrou essencial para o shogunato.
Além de especiarias, os holandeses forneciam pólvora, canhões, armas e munição para as autoridades japonesas.
Única abertura
Durante todo o período de isolamento japonês, a única região que ainda possuía abertura comercial com o ocidente era a pequena ilha artificial de Dejima.
Porém existiam severas restrições. Os japoneses eram proibidos de entrar em Dejima sem autorização do governo e os holandeses eram proibidos de pisar em solo japonês.
Foram cerca de 200 anos de monopólico comercial dos holandeses. A ilha de Dejima só se tornou obsoleta após a abertura do Japão em 1853.
Dejima no Japão moderno
Após a abertura do Japão com o ocidente, Yokohama se tornou o principal centro comercial do Japão com nações estrangeiras.
Abandonada por anos, foi apenas em 1951 que começaram os planos para a restauração da pequena ilha artificial.
Porém, os trabalhos de restauração só começaram oficialmente em 1996. Em 2017 foi instalada uma ponte de Nagasaki ligando a ilha de Dejima. A primeira depois de 130 anos.
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O acesso a ilha de Dejima custa JP¥ 510 para adultos, JP¥ 200 para estudantes universitários e JP¥ 100 para estudantes do ensino fundamental e básico. A ilha fica aberta todos os dias (incluíndo ano novo) e funciona das 08:00hs às 21:00hs.
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