Pequenas vilas do Japão sofrem com falta de moradores

Já dedicamos alguns artigos dedicados a um problema cada vez mais comum. Algumas vilas do Japão estão prestes a ficar abandonadas e esquecidas para sempre.

Shionohara

Segundo reportagem da Forbes, Haga Ichio de 72 anos e Tomio Ichio de 66 anos vivem em uma vila que está morrendo.

Shionohara
Shionohara

Eles moram em Shionohara na região rural de Minamiazu em Fukushima e mantém raízes na região há quatro gerações. No entanto, essa tradição acabará em breve.

Suas duas filhas se mudaram da vila quando a principal fábrica da região fechou. Uma mora em Koriyama e a outra em Shirakawa.

Atualmente, o local tem apenas 95 moradores e 33 casas habitadas. Envolta de florestas que perfazem 92% e rodeada por montanhas, a maioria dos residentes são idosos com 60 anos ou mais.

Segundo dados oficiais do governo, a vila tem queda de habitantes desde 1970. Em 1995 moravam 22.059 pessoas.

Em 10 ou 20 anos, se continuar dessa forma desaparecerá por completo. Os antigos residentes se mudaram para áreas mais populosas e com mais oportunidades de emprego e estudo. Em sua maioria para Tokyo.

Nanmoku

Nanmoku é outra vila rural nas mesmas condições e ficou famosa com reportagem da CBC. Nos últimos 50 anos, dos 1.200 estudantes, hoje, restaram apenas 24.

Aos poucos, o número de crianças diminui e o de idosos cresce. A vila tem 2.000 moradores e 61% tem mais de 65 anos.

Genkai Shuraku

Idosa em vila abandonada

A realidade é a mesma para muitas vilas de área rural do Japão. Elas são chamadas de genkai shuraku. São cerca de 250 a 300 vilas com quase 100% de moradores com 75 anos ou mais.

Atualmente, uma a cada dez pessoas no Japão têm 65 anos ou mais. Até 2060, serão 40%, segundo dados divulgados pelo governo japonês.

Além disso, cerca de 13,6% de todas as casas no Japão (akiya) estão abandonadas e por isso desvalorizam. Segundo estudos realizados pelo The Nomura Research, um terço de todas as casas estarão vazias até 2033.

Previsões para o futuro

Um levantamento realizado por autoridades do governo japonês e publicado em um mapa interativo no portal Nikkei faz uma previsão assombrosa.

De acordo com os dados, acredita-se que 896 cidades e vilas japonesas não serão mais viáveis para habitação.

escola abandonada

O ex ministro de assuntos internos e comunicação, Hiroya Masuda, alertou sobre o problema em entrevista ao The Japan Times em 2015 e definiu essas áreas como locais em extinção.

Entre os desafios dessas áreas desabitadas estão a falta de oportunidade, queda da natalidade e da população japonesa.

Essa questão é tão grave que uma das últimas projeções populacionais realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisa sobre População e Seguridade Social (IPSS), entre os anos de 2015 a 2053, a previsão é perder 27 milhões de habitantes.

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Em comparação com outros países, é como se o Japão perdesse em população, todos os habitantes de Portugal e Holanda, ou então, toda a população da Austrália e Uruguai.

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