A bicicleta no Japão é um meio de transporte sustentável e prático, além de ser um excelente exercício.
Bicicleta no Japão
Segundo o autor Hirotaka Koike em estudo publicado na revista Transportation Research Record são 66 milhões de bicicletas em uso no Japão. Isso dá uma média de 1 para cada 1.8 pessoas. 10 milhões são vendidos todos os anos.
Meio de transporte popular
Desde o fim da segunda guerra, principalmente nos anos 70, a bicicleta se tornou um meio de transporte popular.
Fugir do trânsito, o aumento da consciência ecológica e uma alternativa mais barata ao carro foram os principais fatores.
Bicicletas abandonadas
Por conta da falta de locais adequados para deixar a bicicleta, pressa ou outros motivos, muitas pessoas deixam em frente a lojas, em avenidas e em locais proibidos.
Muitas são confiscadas pelas autoridades, mas a maioria não vai buscar. Afinal, é mais barato e fácil comprar outra.
Segundo a lei japonesa, reciclar ou pegar a propriedade de outra pessoa sem autorização é ilegal.
Portanto, o destino das bicicletas abandonadas é incerto e elas se tornam inutilizáveis. Mesmo se fossem recicladas para revenda, seu valor de mercado seria muito baixo e não valeria a pena.
Apesar disso, tem muito estacionamento de bicicletas no Japão. Entre as alternativas até um tipo subterrâneo.
Conheça os estacionamentos subterrâneos de bicicletas no Japão
Acidentes
A maior causa de acidentes se devia ao fato da falta de adaptação de rodovias e a falta de sinalização clara entre carros e ciclistas em cruzamentos e intersecções nos anos 70.
Além disso, a velocidade dos condutores de bicicleta dava pouca margem para evitar um acidente com pedestres desavisados.
Idosos, crianças e pessoas com deficiência eram as maiores vítimas. Áreas exclusivas para ciclistas eram mais comuns no subúrbio ou em áreas rurais naquela época. Diferente do que vemos hoje em dia.
Os acidentes de trânsito atingiram pico preocupante em 1970. Foram 16.765 mortes e 981.096 pessoas feridas em um ano.
Para combater o problema, uma série de investimentos foram colocados em prática, como instalar corrimão de segurança para separar carros e pedestres, sinalização de cruzamentos, entre outros.
Em 1981, o número de mortes diminuiu para 8.466, mas a partir de 1987 voltou a crescer e chegou a 10.000. O número de acidentes com bicicleta é correlacionado ao número total e ficou entre 10 a 12% desses números.
Segundo o Japan Times, entre 2014 e 2018, 34% de 5.776 crianças mortas ou seriamente machucadas em acidente de trânsito foram por causa de bicicleta.
60% dos acidentes fatais e graves resultaram de pancadas na cabeça e segundo a polícia japonesa equivaliam a cair do segundo andar de um prédio.
Leis e placas
(1) Fechado para pedestres e veículos;
(2) Fechado para todos os veículos;
(3) Proibido entrar;
(4) Permitido apenas veículos motorizados: não podem entrar pedestres e veículos leves, como motocicletas;
(5) Pare;
(6) Diminua;
(7) Bicicletas apenas;
(8) Pedestres apenas;
(9) Pedestre e bicicletas apenas: calçadas e outras vias apenas para pedestres e bicicletas;
(10) Fechado para bicicletas;
(11) Cruzamento para bicicletas;
(12) Uma via para bicicletas: é permitido andar apenas na direção indicada.
A revisão da lei Road Traffic Act de 1981 passou a permitir que bicicletas pudessem transitar na calçada como contramedida dos acidentes nas estradas.
No entanto, o Road Traffic Act foi alterado em 2013 e 2015, segundo o escritório de advocacia Sumikawa e leis foram introduzidas.
Portanto, bicicletas passaram a ser consideradas como meio de transporte e são equivalentes a veículos leves.
Andar na calçada
Por exemplo, é permitido andar de bicicleta em calçadas devidamente sinalizadas, mas apenas para crianças menores de 13 anos, idosos com menos de 70 anos ou deficientes, segundo o site oficial de Osaka.
Esse grupo pode andar na calçada em velocidade reduzida e em condições específicas em que haja impedimento de passagem por obras ou risco de transitar na rua por algum motivo.
É regulamentado sob multa de 20.000 ienes sob a lei do Road Traffic Law, artigo 63-4 do parágrafo 2.
No entanto, esse aspecto ainda causa confusão e é muito comum ver pessoas de bicicleta nas calçadas fora do grupo estabelecido.
Transitar bêbado
Transitar bêbado na bicicleta é proibido com multa de 1 milhão de ienes e cinco anos na prisão.
Lado esquerdo apenas
Quando estiver na rua, o ciclista deve transitar do lado esquerdo sob pena de 3 meses na prisão e multa de 50.000 ienes.
Sem carregar guarda-chuvas, ouvir música ou mexer no celular
Carregar guarda-chuvas, usar o smartphone (mensagens e ligações) ou usar fones de ouvido equivale a multa de 50.000 ienes mesmo se estiver parado no sinal.
Passagem de pedestres
A multa por obstruir passagem de pedestres é de 20.000 ienes.
Lanternas depois de escurecer
Depois do pôr do sol é obrigatório acender as lanternas da bicicleta. A multa é de 50.000 ienes.
Capacete obrigatório
Além disso, é obrigatório que crianças com menos de 13 anos usem capacete.
Lado a lado
A multa é de 20.000 ienes para quem transita lado a lado de bicicleta a não ser em áreas com sinalização permitida.
Dar carona
Também é proibido dar carona para outra pessoa em bicicleta para apenas uma pessoa sob multa de 20.000 ienes.
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Bicicletas com assento para criança
Bicicletas com assento para crianças só é permitido para jovens com mais de 16 anos de idade.
Ciclistas com mais de 14 anos que forem pegos cometendo violações mais de duas vezes ou mais em um período de três anos terão que comparecer a um treinamento de segurança sob multa de 50.000 ienes. O treinamento dura três horas e custa 5.700 ienes.
No entanto, a polícia japonesa tem a autoridade para avaliar cada caso e se achar que a infração causa perigo na sociedade pode encaminhar ao treinamento por qualquer infração.
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