Mãe de Kusatsu: Mary Helena Cornwall Legh ajudou leprosos
Conhecida como mãe de Kusatsu, Mary Helena Cornwall Legh, foi uma mulher extraordinária cujo tabalho marcou a história do Japão.
Filha do tenente-coronel da coroa britânica Edmund Cornwall Legh, Mary Helena fundou a Missão St. Barnabas com recursos próprios após a morte de seus pais.
Seu empreendimento continua sendo reconhecido por ser um dos maiores esforços privados realizados na história do Japão.
Missão St. Barnabas
Mary Helena chegou ao Japão no final de 1907 para trabalhar como voluntária em países estrangeiros. Foi fortemente influenciada pelo reverendo George Howard Wilkinson e sua interpretação do evangelho.
Trabalhou na capital japonesa até 1915 quando recebeu a visita de um japonês cristão que sofria de hanseníase.
Ele pediu que a missionária também atendesse a comunidade que vivia em Kusatsu. Se, hoje em dia, hanseníase tem cura, naquele tempo os doentes eram excluídos da sociedade e deixados a própria sorte.
Ciente da realidade das pessoas de todo o mundo que sofriam da doença, Mary Helena comprou um terreno na montanhosa região de Kusatsu em 1916.
Nesse terreno foi erguida a Igreja Anglicana de St. Barnabas, escola, jardim de infância, hospital e uma série de moradias para os doentes e seus familiares (igualmente excluídos da sociedade).
25 anos de serviços
Antes da chegada da missionária britânica, as vítimas da doença de hanseníase em Kusatsu vivam em condições extremamente precárias. Os que faleciam eram jogados do vale.
A única esperança dessas pessoas era que o enxofre expelido nas fontes termais ajudassem a combater a doença.
Mas quando Mary Helena criou a Missão St. Barnabas, a perspectiva de vida dessas pessoas mudou consideravelmente.
A missionária não somente fornecia o espaço, como também cuidava da administração, dos pacientes e das crianças. Mary Helena fornecia educação para adultos e crianças e até aulas de inglês eram ministradas.
Estima-se que aproximadamente 800 pessoas foram acolhidas em todos os anos de serviço da missão da mãe de Kusatsu.
Kuriu-Rakusenen: o começo do fim
Embora Mary Helena fosse abastada graças a herança de sua família, os custos para manter sua missão eram bem mais altos do que sua capacidade.
Durante anos escreveu para amigos e outras congregações explicando sua situação e solicitando colaboração.
Todos os anos seus pedidos eram atendidos e muitos presentes, incluindo, dinheiro eram enviados a missionária. Todo o resto era coberto por seus próprios fundos.
No entanto, quando o sanatório de Kuriu-Rakusenen foi aberto em 1932, a maioria dos pacientes e residentes da missão de St. Barnabas foram transferidos para lá.
Hoje é de conhecimento que esses locais foram criados com o propósito de isolar os doentes da sociedade de forma mais eficiente.
Por isso, correm batalhas judiciais de cidadãos japoneses vítimas de segregação e abusos do estado contra o governo japonês por compensações a política higienista de sua época.
De qualquer forma, Mary Helena continuou sua missão por até 1936 quando se viu obrigada a morar em Akashi. Sua saúde estava debilitada e precisava de um ambiente mais quente.
Cinco anos após a mãe de Kusatsu deixar a região, a missão de St. Barnabas foi oficialmente encerrada em abril de 1941.
Embora tenha realizado esse trabalho de bom grado e sem buscar nenhuma recompensa por seus feitos, sua trajetória rendeu uma série de conquistas impressionantes.
Em 1939, Mary, recebeu o prêmio mais improvável: a 6ª Ordem do Tesouro Sagrado. Um título raramente concedido a mulheres, especialmente a estrangeiras.
Após sua morte em dezembro de 1941 (antes da guerra entre Japão e EUA), sua missão se tornou um museu e um memorial na cidade de Kusatsu.
Além disso, em 2019, foi agraciada com o título de Ilustre Cidadã da cidade de Kusatsu por iniciativa da Sociedade Cornwall Legh do Japão.
Mary Helena Cornwall Legh foi uma mulher que se dedicou aos mais excluídos da sociedade e conquistou o respeito e o amor dessas pessoas.
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Conhecida como mãe de Kusatsu, Mary Helena Cornwall Legh, foi uma mulher extraordinária cujo tabalho marcou a história do Japão.
Filha do tenente-coronel da coroa britânica Edmund Cornwall Legh, Mary Helena fundou a Missão St. Barnabas com recursos próprios após a morte de seus pais.
Seu empreendimento continua sendo reconhecido por ser um dos maiores esforços privados realizados na história do Japão.
Missão St. Barnabas
Mary Helena chegou ao Japão no final de 1907 para trabalhar como voluntária em países estrangeiros. Foi fortemente influenciada pelo reverendo George Howard Wilkinson e sua interpretação do evangelho.
Trabalhou na capital japonesa até 1915 quando recebeu a visita de um japonês cristão que sofria de hanseníase.
Ele pediu que a missionária também atendesse a comunidade que vivia em Kusatsu. Se, hoje em dia, hanseníase tem cura, naquele tempo os doentes eram excluídos da sociedade e deixados a própria sorte.
Ciente da realidade das pessoas de todo o mundo que sofriam da doença, Mary Helena comprou um terreno na montanhosa região de Kusatsu em 1916.
Nesse terreno foi erguida a Igreja Anglicana de St. Barnabas, escola, jardim de infância, hospital e uma série de moradias para os doentes e seus familiares (igualmente excluídos da sociedade).
25 anos de serviços
Antes da chegada da missionária britânica, as vítimas da doença de hanseníase em Kusatsu vivam em condições extremamente precárias. Os que faleciam eram jogados do vale.
A única esperança dessas pessoas era que o enxofre expelido nas fontes termais ajudassem a combater a doença.
Mas quando Mary Helena criou a Missão St. Barnabas, a perspectiva de vida dessas pessoas mudou consideravelmente.
A missionária não somente fornecia o espaço, como também cuidava da administração, dos pacientes e das crianças. Mary Helena fornecia educação para adultos e crianças e até aulas de inglês eram ministradas.
Estima-se que aproximadamente 800 pessoas foram acolhidas em todos os anos de serviço da missão da mãe de Kusatsu.
Kuriu-Rakusenen: o começo do fim
Embora Mary Helena fosse abastada graças a herança de sua família, os custos para manter sua missão eram bem mais altos do que sua capacidade.
Durante anos escreveu para amigos e outras congregações explicando sua situação e solicitando colaboração.
Todos os anos seus pedidos eram atendidos e muitos presentes, incluindo, dinheiro eram enviados a missionária. Todo o resto era coberto por seus próprios fundos.
No entanto, quando o sanatório de Kuriu-Rakusenen foi aberto em 1932, a maioria dos pacientes e residentes da missão de St. Barnabas foram transferidos para lá.
Hoje é de conhecimento que esses locais foram criados com o propósito de isolar os doentes da sociedade de forma mais eficiente.
Por isso, correm batalhas judiciais de cidadãos japoneses vítimas de segregação e abusos do estado contra o governo japonês por compensações a política higienista de sua época.
De qualquer forma, Mary Helena continuou sua missão por até 1936 quando se viu obrigada a morar em Akashi. Sua saúde estava debilitada e precisava de um ambiente mais quente.
Cinco anos após a mãe de Kusatsu deixar a região, a missão de St. Barnabas foi oficialmente encerrada em abril de 1941.
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Reconhecimento
Embora tenha realizado esse trabalho de bom grado e sem buscar nenhuma recompensa por seus feitos, sua trajetória rendeu uma série de conquistas impressionantes.
Em 1939, Mary, recebeu o prêmio mais improvável: a 6ª Ordem do Tesouro Sagrado. Um título raramente concedido a mulheres, especialmente a estrangeiras.
Após sua morte em dezembro de 1941 (antes da guerra entre Japão e EUA), sua missão se tornou um museu e um memorial na cidade de Kusatsu.
Além disso, em 2019, foi agraciada com o título de Ilustre Cidadã da cidade de Kusatsu por iniciativa da Sociedade Cornwall Legh do Japão.
Mary Helena Cornwall Legh foi uma mulher que se dedicou aos mais excluídos da sociedade e conquistou o respeito e o amor dessas pessoas.