Setembro é um mês dedicado a prevenção do suicídio em todo o mundo. Portanto, o setembro amarelo no Japão acontece e o país ainda enfrenta altos índices.
No entanto, fechou 2018 com o melhor resultado em 30 anos. Ainda assim foram contabilizados 20 mil casos anuais e 1.500 tentativas todos os dias.
Apesar da queda nas estatísticas gerais, a decisão de jovens entre 10 a 20 anos em encerrar a própria vida foi maior em comparação com 2017, segundo o Kyodo News, Nippon e Japan Times.
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Ato de desespero
A depressão, transtornos mentais e experiências traumáticas são alguns dos gatilhos que levam uma pessoa a tirar sua própria vida.
Contudo, o suicídio é um fenômeno multifatorial. Isto é, uma série de problemas e questões mal resolvidas vão se acumulando até a pessoa não suportar mais.
Normalmente essas pessoas querem matar a dor e o sofrimento pelo qual estão passando, mas não encontram uma alternativa devido ao desespero.
Afinal, quando a mente entra em estados mais densos (ansiedade, depressão, desespero, medo, pânico), não consegue raciocinar direito, tampouco interpretar a realidade com mais clareza e sensatez.
Além disso, todo ato de suicídio indica um grito de socorro não atendido. Nem sempre quem sofre consegue expor o porque sofre, mas existem diversos sinais.
Guerra invisível
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo com 1 milhão de vítimas todos os anos.
O maior problema sobre o tema é que ele ainda é um tabu em muitas sociedades. Esse silêncio e estigma só tornam o quadro ainda pior, afinal, não é só quem cometeu o suicídio que tem a vida afetada.
No Japão, país com uma visão própria sobre a vida e morte lançou em 2015 os Princípios Gerais de Política de Prevenção ao Suicídio que pretende reduzir os casos em mais de 30% até 2026.
Apesar das questões éticas e espirituais de cada pessoa, o tema deve ser entendido como uma questão de saúde pública assim como o Japão para que todos os países possam lidar com esse fenômeno global.
Prevenção
Lidar com pessoas em situações extremas é muito complicado. Portanto, é preciso ser habilitado para ouvir e acolher o outro.
Por isso, se você conhece alguém vivenciando essa situação (no Brasil ou no Japão), procure encaminhar gentilmente essa pessoa para um profissional da saúde.
Se você é uma pessoa de confiança e pretende ajudar, a melhor atitude é se colocar a disposição para ouvir com empatia, sem interrupções ou julgamento.
No Japão há a Tell https://telljp.com/, organização de prevenção ao suicídio e suporte e aconselhamento a comunidade internacional no Japão.
Eles atendem todos os dias e de forma confidencial em inglês pelo número 03-5774-0992 das 09hs às 23hs.
No Brasil, o CVV https://www.cvv.org.br/ atende gratuitamente através do site, pelo número 188, e-mail e chat.
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Não deixe de compartilhar esses canais de prevenção ao suicídio para seus contatos. Por vezes, quem você menos imagina está precisando de ajuda.
A depressão não tem um rosto, portanto, mesmo alguém aparentemente alegre pode estar vivenciando uma depressão ou outro transtorno psicológico.
Confira o vídeo abaixo para entender melhor como abordar o assunto.
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