Algumas regiões do mundo são conhecidas como portais para o inferno. No Japão, existe um: o Monte Osorezan.
A maioria das outras portas para o inferno do mundo são compreendidos a partir da cultura e tradição cristã.
No entanto, esse espaço-tempo dimensional e espiritual também existe em outras culturas e religiões.
Monte Osorezan – 恐山
O Monte Osorezan é o pico das oito montanhas que compõe a cordilheira Osore-zan Sanchi. É um vulcão ativo e sua última erupção aconteceu há aproximadamente 10 mil anos.
No passado, a montanha era conhecida como Usuri. Porém, ao passar dos anos o nome se tornou Osore. Sua tradução pode ser interpretada como “montanha do medo” ou “montanha do pavor”.
Isso porque além de ser o portal do inferno budista, a região é um local extremamente inóspito e tenebroso.
O cenário é montanhoso, com lago venenoso de ácido sulfúrico e gases saindo do chão. Além disso, tem uma víbora venenosa (mamushi) que vive por lá.
Sagrado
O portal do inferno é considerado um dos três locais mais sagrados do Japão, junto com Koyasan e Hiezain.
O local é visitado por médiuns cegas do sexo feminino chamadas de itako do templo Bodai-ji que fica ali perto. Elas se comunicam com os mortos.

O monte vai do leste ao oeste no centro da Península Shomikita e foi descoberto em 862 CE por um monge budista. A cratera é envolta por picos e no centro existe o lago Usori.

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No budismo, é parecido com o Sai no Kawara, que as pessoas precisam atravessar depois que morrem. Por isso, o monte Osorezan é conhecido como local de passagem para o pós-vida.
Muitos japoneses vão até o monte para rezar pelas crianças mortas. Estátuas do Jizo Bosatsu, (deidade protetora das crianças) estão lá para ajudarem e estão espalhadas por todo o local.
Segundo as lendas, os pequenos devem empilhar pedras no leito das almas para atravessar o rio, mas são atrapalhadas por demônios. Por isso, as pessoas que peregrinam até o local juntam montes de pedras para ajudá-los.
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