Os professores no Japão são valorizados e a sociedade os respeita em demasia. No entanto, nem tudo são flores, eles trabalham muito e acumulam muitas responsabilidades. Saiba como é o trabalho, média de salários e mais curiosidades.
Professores no Japão
Ser professor no Japão é uma profissão de prestígio na sociedade japonesa. São tratados com o termo honorífico de respeito sensei.
Esse termo é usado em diversas profissões no Japão e não apenas a professores, mas significa uma qualificação, autoridade, conhecimento superior e respeito em qualquer área.
Portanto, nas salas de aula o que impera é a ordem e educação entre alunos e professores que tem autoridade máxima.
Responsabilidades extras
O trabalho do professor no Japão vai além do ensino em salas de aula. Eles têm muitas responsabilidades.
Quando um aluno passa por apuros com a polícia, não são os pais quem são chamados primeiro, mas sim, os professores.
Eles ainda podem atuar como conselheiros, gerenciar o horário do almoço, atender a dúvidas de pais, visitar a casa de seus alunos, organizar atividades extra curriculares, etc.
Salários
Após a II guerra, o primeiro ministro da época decretou que os salários dos professores deveria ser 30% maior que outras profissões civis comuns.
Essa porcentagem sofreu redução nos últimos anos, ainda assim, segue mais alta. Além disso, é um pagamento mais consistente e não varia tanto de região para região, já que eles são feitos pelo governo e pela prefeitura.
Esse teto mudará de acordo com a qualificação, experiência, idade e performance ao longo dos anos. A média de 15 anos de experiência é de U$ 47.561 anuais.
Para promoções existem 36 passos para os professores, 20 para os cargos mais altos, como professor chefe e 15 para diretores. Ainda existe uma média de idade + experiência.
Por exemplo, professores altamente qualificados no meio de suas carreiras, às vezes, são transferidos para áreas administrativas das prefeituras para que contribuam com sua experiência na área estratégica. Depois, podem voltar para as escolas como diretores.
Seleção rigorosa
A seleção é bem rigorosa e criteriosa. O professor no Japão deve ter uma graduação, ainda existem instituições de ensino que qualificam e treinam aprovadas pelo Ministério da Educação, Esportes, Ciência e Tecnologia (MEXT).
Ainda deve fazer cursos preparatórios em áreas pedagógicas, além de passar por aprovação da prefeitura.
É bem disputado, já que o número de candidatos é muito maior do que as vagas disponíveis. São 47 prefeituras no Japão e cada uma tem municípios com suas próprias regras.
Além disso, os mais qualificados e que passarem nos exames não são imediatamente contratados. Entram para uma lista e ficam na espera.
Depois, os primeiros colocados são enviados as escolas e os que não forem chamados devem refazer os testes no ano seguinte.
Quem deseja dar aulas em universidades, além de passar pelos testes oficiais e ter um mestrado ainda pode ser avaliado pelas instituições de ensino superior para ser considerado qualificado.
Experiência
Quando começam ficam um ano sob supervisão de um superior que age como mentor. Os dois terão suas atividades em sala de aula reduzidas para trabalharem juntos no gerenciamento de classes, aconselhamentos e análise.
Depois do primeiro ano, o profissional pode ser contratado de vez e fazer parte do quadro de funcionários fixos e receber todos os benefícios da categoria.
Existe uma mudança de funções a cada três anos depois que começam e com o passar dos anos vai estabilizando.
Além disso, as prefeituras recolocam os professores mais qualificados para escolas que mais precisam de ajuda no ensino.
Melhoramento contínuo
É exigido dos professores no Japão melhoramento contínuo; Os programas ficam disponíveis nas escolas e cada uma tem um número de horas em que os profissionais deverão se dedicar todos os anos.
Ainda existem programas de aperfeiçoamento feito pelas prefeituras aos cinco, dez e vinte anos de carreira.
Já a nível nacional, os diretores e professores de cargos altos passam por workshops de pelo menos 30 horas feitos pelo MEXT a cada dez anos para renovarem suas certificações.
Trabalho em equipe
Além disso, os diretores costumam organizar uma troca de saberes em equipe para melhorar as aulas.
Professores de diferentes níveis identificam um problema a ser corrigido, estudam possibilidades de melhoria e criam planos de aula para serem testados. Então, a aula teste é vista por todos para depois se reunirem, refletirem e discutirem ajustes.
Trabalham muito
Segundo pesquisa do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-estar de 2018 descobriu que os profissionais do ensino fundamental, elementar e médio trabalhavam 11 horas por dia.
Em uma pesquisa de 2013 conduzida pelo The Teaching and Learning International Survey contatou que a média de horas trabalhadas para professores no Japão do ensino fundamental público era de 53.9 horas semanais.
Outro estudo conduzido pelo Ministério da Educação em 2016 mostrou que os professores do ensino elementar trabalhavam em média 57 horas e 25 minutos por semana.
Os de ensino médio (high school) somavam 63 horas e 18 minutos. Além disso, grande porcentagem fazia mais de 80 horas extras por mês.
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Um dos pontos negativos é a falta de pagamento de horas extras. A lei de normas trabalhistas tem uma falha, segundo o Japan Times.
As horas a mais são dadas em dias de folga e a compensação financeira é de 4% do salário para cobrir esse tempo a mais, o que resumiria em 2 horas extras por semana apenas.
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