Kazuhide Sekiyama, 36 anos, levou 15 anos de pesquisa e estudos em biotecnologia para produzir uma teia de aranha artificial mais forte que o aço e tão flexível quanto o nylon, segundo o Asahi Shimbun e diversos outros periódicos.
Teia de aranha artificial
Sekiyama estudou o DNA da aranha e produziu um gene sintético no laboratório. Depois, conseguiu produzir uma proteína com sequências de aminoácido.
As proteínas são o resultado de um processo de fermentação por micro-organismos com genes de aranha injetados.
Elas se multiplicam a cada meia hora em ambiente propício, fermentam por meio do açúcar e produzem as proteínas usadas para sintetizar a fibra. Tudo de forma natural, constante e sem utilizar animais.
Elas são refinadas e viram fibras bem finas batizadas de Brewed Protein. O produto chamou a atenção por não ser um derivado de petróleo. Portanto, mais acessível e sustentável.
Em 2015, a empresa fez um acordo com Goldwin Inc para melhorar sua tecnologia e aumentar a flexibilidade, durabilidade e força das fibras.
Aplicações na indústria
Atualmente ela já foi aplicada na indústria automobilística, médico hospitalar, arquitetura, moda, entre outros.
A Spiber já arrecadou mais de 30 bilhões de ienes em capital e se filiou a Toyota e outros investidores. Além disso, uma fábrica na Tailândia já está a caminho para aumentar a produção em até seis toneladas até 2021.
Embate
Sekiyama teve a ideia em desenvolver a teia ao conversar com amigos na Universidade de Keio quando estudava biotecnologia. A reunião era regada a bebidas alcóolicas, clima descontraído e eles chegaram a um embate.
Ao longo do período evolutivo, os insetos mantém sua forma física e suas características por séculos. O fato deles permanecerem sob a mesma forma por milhares de anos significava que não havia razão para que elas evoluíssem.
Portanto, eram seres refinados. Pensando sob o ponto de vista acadêmico e focando nos insetos, o grupo começou a discutir qual seria o mais forte e estaria na posição do topo da cadeia alimentar.
Eles pensaram nas vespas, pois elas são capazes de voar 1.000 km por dia, além deter um veneno potente, uma mandíbula forte e ainda ser inteligente.
Então, o grupo chegou a conclusão que a aranha era superior, pois ela poderia capturar o inseto em sua teia e comê-lo.
Daí começaram a conversar sobre o poder da teia de aranha e como seria incrível conseguir fazer uma fibra tão forte e que não dependesse de petróleo para ser produzido e como isso seria impactante ao mundo.
Inspiração e estudos
Inspirado, ele foi a uma área montanhosa perto da universidade e capturou espécies de aranhas e passou a estudar todas as publicações acadêmicas sobre o assunto.
Em 2004 abriu a empresa Spiber Inc. com mais dois sócios em 2007. Conseguiram sozinhos desvendar o gene da aranha e chegar a solução de conseguir produzir a proteína através dos micro-organismos.
Atualmente a empresa fica em Tsuruoka em Yamagata, tem mais de 240 patentes, 224 funcionários dos quais 30% são locais. Eles oferecem creche e levam em consideração quanto os funcionários gostariam de ser pagos para remunerá-los mais justamente.
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Sekiyama afirmou que foi motivado a oferecer uma matéria-prima que não dependesse de recursos da natureza, não fosse invasivo com o meio ambiente e sustentável.
Ele contou ao NHK que foi um estudante ruim, com notas baixas e não era bom em esportes. Desde cedo se questionava sobre sua função no mundo e qual seria seu propósito de vida.
Depois de assistir a um documentário sobre o genocídio de Rwanda ficou chocado e aprendeu que a busca por recursos pode resultar em conflitos terríveis. Então, depois de refletir quis fazer algo para mudar e tornar o mundo melhor.
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