Nakizumo

Nakizumo: festival em que lutadores de sumô fazem bebês chorar

Nakizumo ou Nakisumo é uma tradição realizada há cerca de 400 anos. Na cerimônia lutadores de sumô fazem caretas para bebês caírem no choro. Saiba mais.

Nakizumo

Bebês chorando no colo de lutadores de sumô

O festival ocorre anualmente em vários templos do país e os bebês que nasceram no ano anterior participam.

O mais famoso e noticiado pelos jornais fica em Akasuka no templo Sensoji realizado em abril. No entanto, as datas variam entre um local e outro, o de Shimotsu-cho ocorre em setembro, por exemplo.

Se eles não caírem no choro por conta das caretas, eles usam máscaras para assustar como último recurso. O objetivo é atrair saúde e afastar maus espíritos.

Além disso, eles são carregados pelos lutadores a um ringue para participar de uma pequena competição. Em um embate ganha quem chorar ou rir primeiro. No entanto, em alguns locais é o contrário e as regras mudam.

Em 2017, aproximadamente 100 crianças participaram do festival realizado no Kamegaike-Hachima em Sagamihara. Muito ficam com dó ao verem seus filhos repletos de lágrimas, mas o objetivo acaba tendo um contrapeso.

Segundo o budismo japonês, o choro puro afasta demônios e os protegem. Acredita-se que essa tradição tenha começado em 1600 e é baseado em um ditado popular japonês naku ko wa sodatsu.

Uma das interpretações diz que um bebê que chora, cresce mais rápido. Além disso, acredita-se que quanto mais alto for, mais saudável ele será.

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Tradições e choque cultural

Faz poucos anos que esse festival passou a atrair a atenção da mídia e atraiu questionamentos sobre o método. Os estrangeiros geralmente não entendem e a prática (entre outras) não pode ser explicada de maneira simples.

A cultura japonesa é cheia de aspectos intrínsecos e de difícil compreensão. O choro é visto como um aspecto negativo na cultura ocidental, no Japão é diferente. Algo que pode ser normal por aqui, por lá não é. E assim em diante.

Um exemplo simples é a tradição do chá de bebê realizado antes do bebê nascer no Brasil e Estados Unidos.

No Japão essa prática é vista com estranhamento, já que qualquer comemoração é feita apenas dois meses após a criança nascer para não atrair agouro e certificar que mãe e bebê estejam bem.

Além disso, os japoneses têm muitas superstições que são parte de sua tradição milenar e o espiritualismo é forte.

Tentar entender em um único texto pode ser difícil e seria preciso um estudo maior quanto a crenças, religião e costumes. No entanto, como qualquer cultura oriental essas diferenças criam um choque em algumas pessoas.

Uma boa forma de enxergá-las é ter uma visão de respeito e empatia de um país com milhares de anos de história por mais que esses costumes não façam sentido lógico.

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