Para muitas pessoas, a pergunta do título deste artigo pode ser estranha, afinal de contas, Akihabara ser um santuário eletrônico, já torna o bairro um dos mais cool do Japão. Porém, agora existe uma variedade de opções pelo lugar que vão muito além de máquina tecnológicas. Assim, se tornou interessante para um número ainda maior de turistas e japoneses.
Conheça nesse artigo mais de Akihabara e como esse imperdível bairro de Tóquio mudou nos último tempos.
As transformações de Akihabara
Akihabara mudou muito nos últimos 25 anos. No início dos anos 90, quando os fabricantes japoneses de eletrônicos dominavam o mundo e a bolha da economia ainda não tinha estourado, todas as outras lojas vendiam eletrônicos de consumo e os outdoors de Akihabara estavam lotados de anúncios de produtos feitos pela Sony, Panasonic e Sharp.
30 anos depois, esses nomes familiares se destacam por sua ausência. Hoje em dia, os outdoors de Akihabara anunciam empresas de jogos mundialmente famosas, séries de anime e personagens de mangá. As lojas de eletrônicos de consumo são superadas em número por lojas que vendem brinquedos, consoles de jogos e software de computador. Qualquer espaço de varejo que sobra vai para cafeterias e varejistas de café.
Mas, como isso pode ter acontecido?
A ideia de que as marcas japonesas um dia perderiam seu domínio do mercado global de eletrônicos de consumo teria sido impensável em 1990. Mas o advento da Internet atrapalhou os nomes domésticos japoneses.
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Ao mesmo tempo, as empresas japonesas estavam bem posicionadas para capitalizar com o advento do laptop e do smartphone. Alguns deles estavam produzindo telefones celulares capazes de navegar na internet uma década antes do iPhone. A primeira empresa a conectar uma câmera a um telefone celular não foi a Apple, mas a Sharp.
Porém, os fabricantes japoneses não conseguiram comercializar suas inovações no exterior ou repensar radicalmente seus projetos. Como resultado, o Japão acabou sendo invadido por smartphones da Apple (americana) e Samsung (coreana).
A partir de 2012, os gigantes da eletrônica que antes orgulhavam os japoneses – Sharp, Panasonic, Toshiba e Sony – foram um a um rebaixados ao chamado status de ‘lixo’ pelas agências de classificação de eletrônicos. Apesar de sabermos que essas fábricas não produzem lixos como muitos comentaristas disseram.
Assim, já não fazia nem mesmo sentido um bairro em Tóquio voltado a eletrônicos. Afinal de contas, esses eletrônicos nem mesmo eram tidos como os melhores do mundo mais. Isso pode ser visto no vídeo a seguir:
Mas, em uma caminhada pelas ruas de Akihabara, você não pode deixar de concluir que o Japão se saiu muito bem em se ajustar à vida na era pós-industrial. Seus fabricantes de eletrônicos ainda estão em atividade. Eles podem ter transferido grande parte de sua produção para países com custos de mão de obra mais baixos, mas ainda têm uma reputação incomparável de qualidade e ainda podem contar com a fidelidade de um enorme mercado interno.
Assim, Akihabara acompanhou essas mudanças e o bairro se tornou cada vez mais turístico. Ainda é possível encontrar muitos eletrônicos na região, mas é nítido que houveram transformações que abriram o bairro para outros tipos de comércio.