Escolas no Japão pedem tablet em lista de material escolar obrigatório e enfurece pais

Algumas escolas no Japão deixaram os pais furiosos ao cobrar no material escolar um tablet. Os alunos teriam de comprar para conseguirem acompanhar os conteúdos lecionados.

Essas são as escolas de Kyoto.  E por lá parece estar uma das listas de material escolar mais caras para as famílias. Conheça mais sobre essa história e a reação dos pais dos alunos.

As escolas no Japão e o problema do uso de tablets

A partir do ano acadêmico de 2022, o Conselho de Educação da Prefeitura de Kyoto irá exigir que os alunos que entram em escolas públicas administradas pela prefeitura comprem tablets eletrônicos.

Estima-se que o custo desses aparelhos será por volta de 60.000 a 70.000 ienes (cerca de R$ 2.700,00 R$4.000,00). Os pais serão os responsáveis por tirar o dinheiro do bolso e cobrir com esses alto custo.

Como o ensino médio não faz parte da educação obrigatória no Japão, até mesmo nas escolas públicas a mensalidade é cobrada e as famílias começaram a expressar sua frustração com o aumento da carga financeira. Assim, no caso do ensino médio, além da mensalidade também há a o custo adicional com esse equipamento.

O grande problema é que essa exigência aparece em meio a uma pandemia do novo coronavírus. Em que muitos pais acabaram perdendo seus empregos ou estão com parte da renda comprometida.

Somado a isso, há também a ausência de conexão em muitas casas. Sendo assim, como os alunos que não possuem Wi-Fi irão conseguir fazer todas as suas atividades?

Além disso, depois de adquirir o tablet por meio da escola, as famílias que não conseguirem pagar a vista, poderão parcelar o valor com a prefeitura. O que poderá ser uma dívida que durará muito tempo.

Até agora, o Conselho de Educação da Prefeitura de Kyoto respondeu às preocupações generalizadas, declarando que eles estão atualmente desenvolvendo seu próprio sistema para que famílias de baixa renda aluguem tablets ou paguem por eles usando empréstimos sem juros.


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Outras posições das escolas no Japão

Diferente de tal posição, o Conselho de Educação da Prefeitura de Hiroshima também promulgou a exigência para todas as escolas de segundo grau da província neste ano acadêmico com disposições claras para opções gratuitas de pagamento para famílias de baixa renda e orçou apoio financeiro para inscrições de 2.700 famílias.

Porém, da mesma forma, o Conselho de Educação do Governo Metropolitano de Tóquio começará a exigir tablets para alunos do ensino médio da província no ano acadêmico de 2022 às custas das famílias. No entanto, no caso deles, o Conselho apresentará uma variedade de modelos de dispositivos e deixará a escolha específica do modelo para cada escola.

Assim, a discussão no Japão sobre o tablet não termina. Afinal de contas, é preciso achar um meio termo para que todas as crianças e jovens consigam ter acesso a todos os instrumentos necessários para as aulas.