Sushi, sashimi, tempurá, ramen, espaguete e doces. Tudo feito de plástico mas, completamente, atraentes e apetitosos. Mostruários com réplica de comidas em restaurantes japoneses são bastante comuns no país. Essas reproduções de pratos são conhecidas também como “fake food” (comida de mentira) ou “sampuru” (サンプル – amostra).
Muitos turistas estrangeiros são surpreendidos pelo nível de perfeição. As refeições moldadas a partir de materiais sintéticos são tão realistas que parecem mesmo ser de verdade. É possível encontrar todos os tipos de pratos representados de forma muito fiel.
A grande vantagem dessas réplicas é facilitar a escolha do prato aos turistas que não dominam a língua japonesa e não estão familiarizados com a culinária do Japão. Além disso, as amostras são projetadas para aguçar o apetite dos clientes. “Os japoneses apreciam a comida não só através do paladar, mas também com os olhos”, disse Etsuji Isozaki, chefe da Maizuru Sample Goods em Tokyo.
Fazendo réplica de alimentos manualmente
Atualmente, a tecnologia torna possível a criação de praticamente qualquer produto com a impressão 3D. No entanto, a arte de fazer as amostras de alimentos ainda é executada meticulosamente à mão.
“Não podemos alcançar a melhor qualidade usando máquinas”, diz Isozaki. “Você precisa trabalhar em cima de cada detalhe”, completa. “Impressoras 3-D não podem recriar o toque de um artista”, afirma Norihito Hatanaka que gerencia a companhia familiar Fake Food Hatanaka.
Para o veterano Noriyuki Mishima, que passou as últimas seis décadas aperfeiçoando-se no ofício, entre os trabalhos mais difíceis estão a reprodução de produtos crus como o sashimi. “Criar a cor do frescor – isso é difícil”, diz Mishima.
Antigamente, as réplicas dos pratos eram feitas de cera. Porém, ao longo dos anos, foram substituídas pelo silicone devido a sua durabilidade. Já, o modo de fabricação sofreu pouca alteração.
As peças são feitas através de moldes de silicone. Cada componente do prato é feito separadamente antes de serem pintados e montados. A última etapa é uma camada de verniz para dar brilho à comida.
O fake food não é barato. Uma única réplica de comida pode custar 10 vezes o valor do prato real. Isso porque a maioria dos itens de alimentos falsos exigem um meticuloso trabalho manual.
Veja: Como as réplicas de alimentos japoneses ganham vida.
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Futuro do fake food
Takizo Iwasaki (amplamente considerado o pai do sampuru) – cuja empresa Iwasaki Be- I controla aproximadamente a metade do mercado das réplicas de alimentos no Japão – é creditado por tornar o fake food um negócio altamente rentável.
Apesar disso, este não é um segmento em ascensão. Restaurantes luxuosos evitam a ideia das réplicas de plástico para exibir seus menus. Além disso, a proposta não se popularizou em outros países. Mas, Noriyuki Mishima não acha que as amostras de comida desaparecerão.
As empresas especializadas em réplicas de alimentos viram a oportundidade de um negócio original, criativo e lucrativo através da fabricação de outros produtos. Hoje em dia, você pode adquirir um fake food em qualquer forma que você quiser como chaveiros, imãs de geladeira, pendrives e capas para celular.
As réplicas de comida podem até ser falsas, mas esta arte manual é certamente bastante autêntica. Não acham?
Fonte: channelnewsasia, channelnewsasia e CNA Insider