Na pequena cidade de Ishinomaki, prefeitura de Miyagi, um grupo de agricultores locais liderados por Shoetsu Chiba, 70 anos, está produzindo um autêntico azeite japonês.
O azeite por si só já é algo impressionante dado as condições climáticas da região. Além de fazer frio, Ishinomaki não possui o clima mediterrâneo ideal para o cultivo de oliveiras.
Porém, a grande virtude da Minori, a cooperativa dos agricultores locais é a sua intenção. A princípio, a ideia de cultivá-las surgiu após a devastação causada pelo tsunami de 2011.
Uma nova esperança
Ishinomaki foi uma das cidades mais castigadas pela fúria do tsunami de Tohoku. No total, quatro dos cinco hectares de arrozais foram destruídos pelo mar.
A maioria dos agricultores da região eram idosos e muitos perderam a esperança ao ver os campos arrasados. No entanto, Shoestu Chiba não desistiu da agricultura.
Então, a população decidiu utilizar as áreas inundadas pelo tsunami nas residências dos moradores para plantar oliveiras.
Quando as autoridades da seção de cultura e silvicultura plantaram 30 oliveiras em 2014 na pequena cidade, Chiba perguntava-se se era possível cultivar olivas em uma região tão gelada como Ishinomaki.
Inicialmente elas foram escolhidas pelos moradores por um misto de praticidade e simbolismo, mas não por razões econômicas.
De acordo com Tomoyuki Mino, as árvores foram escolhidas por serem fáceis de cuidar, por se manterem saudáveis por mais de 100 anos, além de simbolizar a paz.
Chiba viu que sua aposta estava no caminho correto quando descobriu em 2015 que as árvores sobreviveram ao inverno.
Recomeço
Shoetsu Chiba foi escolhido entre os agricultores para administrar e cuidar dos campos em 2013. Já em 2014 a pequena cooperativa conseguiu o apoio da Arai Olive Co.
A partir dessa cooperação, Ishinomaki começou o seu cultivo de azeites. Desde então, eles já plantaram mais de 1300 oliveiras nos campos da cidade.
Na época de colheita, dezenas de moradores vão colher azeitonas verdes e pretas. Um recomeço e fonte de renda para muitas pessoas.
Hagibis e a colheita
O Japão não é um grande produtor de azeitona, a quantidade é ínfima se comparada a Grécia, Espanha e Portugal, por exemplo.
No entanto, o consumo de azeite e azeitona está aumentando dentro da sociedade japonesa graças aos seus benefícios a saúde.
Ishinomaki previa colher 500 kg de azeitona em 2019, porém, com a passagem do tufão Hagibs, a colheita de 2019 rendeu apenas 83,6 kg.
Mesmo assim, a cooperativa estava animada com a nova prensa de óleo italiana fornecida pela Arai Olive Co., uma máquina para a produção de azeite.
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Atualmente a cidade de Ishinomaki conta com 4,76 hectares de plantação e uma máquina para preparar azeite. Enquanto o Japão produz aproximadamente 400 toneladas de azeitonas e derivados em 14 prefeituras.
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