Goshuin: entenda a mania dos selos sagrados no Japão

Nos últimos anos goshuin se tornou uma mania entre os japoneses. Com séculos de tradição, esses selos de santuários e templos budistas são belas obras de arte com bençãos ao portador.

A procura por goshuin de mulheres japonesas é tão grande que o fenômeno é conhecido no país como Goshuin Girls. São colecionadoras de selos que expandiram um mercado até então inexistente.

No entanto, para conseguir que um monge forneça um selo, antes é preciso cumprir com certos protocolos. Afinal, eles são uma prova de que o visitante se prostrou diante das divindades.

A origem dos selos goshuin

Uma das versões mais conhecidas sobre a origem dos selos remontam ao período Muromachi. Em algum momento entre 1336 a 1573 surgiram os nokyo-in.

Nokyo-in eram selos que certificavam que um visitante ofereceu uma cópia manuscrita de um sutra a um templo budista.

Com o passar dos anos, os sutras já não eram mais necessários. Então, os selos nokyo-in passaram a chamar-se sanpai-in.

Eles serviam como um certificado a peregrinos que visitavam o templo (ou santuário) para se prostrar às divindades budistas e shinto.

Já no período Edo os selos passaram a chamar goshuin. No entanto, em alguns templos e santuários do país ainda é possível encontrá-los pelo seu antigo nome nokyo-in.

Dois selos goshuin
Selo do templo Kanzoin e do santuário Karasumori

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Goshuin-cho

Para coletar os selos vermelhos de templos e santuários com belas caligrafias em tinta preta, é preciso ter um goshuin-cho.

caderneta de selos

Existem dois tipos de goshuin-cho: o jabara que é um caderno de folhas sanfonadas e o watoji um caderno tradicional.

Como dito acima, a popularização dos selos no Japão criou um mercado até então inexistente. Poucos anos atrás seria difícil encontrar esses cadernos em outros lugares além de templos e santuários.

Porém, papelarias e diversas lojas têm goshuin-cho de todos os tipos e gostos hoje em dia. No entanto os encontrados em templos e santuários refletem a estética do próprio espaço.

Além disso, em datas especiais do Japão, templos e santuários costumam lançar edições limitadas.

De qualquer forma, quem tem interesse em coletar esses belos selos dificilmente não encontrará um caderno que lhe agrade.

Doações

Pedir por um goshuin em um templo ou santuário costuma envolver quantias entre 300 a 500 ienes. Essa doação ajuda a manutenção do espaço sagrado.

Quantias maiores são sempre bem-vindas. No entanto, na hora de fazer uma doação, tenha o dinheiro certo, pois é rude pedir troco. Em dias festivos quando templos e santuários estão lotados de visitantes, pode ser mais difícil de conseguir um selo.

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O visitante deve sempre lembrar que está em um lugar sagrado e não em uma loja. Portanto, é preciso prestar homenagens e participar das cerimônias para conseguir um goshuin. Então, é recomendado separar um tempo.

Para turistas estrangeiros é uma forma de mergulhar de cabeça na cultura, tradição, história, hábitos e costumes do Japão.