O desespero das crianças que nasceram ilegais no Japão

Como se sabe, a vida dos imigrantes ilegais no Japão não é nada fácil. Entretanto, é ainda mais difícil para seus filhos que nasceram no país, mas não são considerados como japoneses e vivem com medo de perderem seus pais a qualquer momento.

Os pais dessas crianças podem ser presos em centros de imigração, o que obrigaria a serem separados de seus filhos. Ou também podem acabar sendo deportados. Neste caso, essas crianças iriam para um país que nem mesmo sabem como é.

Conheça aqui um pouco mais sobre essas histórias e as dificuldades pelas quais essas pessoas têm passado.

A realidade das crianças que nasceram ilegais no Japão

Atualmente, são centenas de crianças que vivem no Japão, nasceram no país e são filhas de imigrantes ilegais. Elas levam uma vida de incertezas e não sabem qual serão o seu futuro.

Por serem filhos de estrangeiros sem documentos, elas convivem com o medo de serem deportadas a qualquer momento. E, no caso disso acontecer, iriam para um país que nunca viram, afinal de contas só conhecem o Japão.

Em alguns casos, a mãe é presa e as crianças ficam sem saber do seu paradeiro.

Muitos desses imigrantes chegaram ao Japão fugindo de conflitos sociais que vivem em seus países. Porém, o Japão quase não cede visto de asilo político. Menos de 1% das pessoas que chegam lá e fazem a solicitação de asilo recebem uma resposta positiva.

Além disso, não se trata somente de uma questão de documentos, socialmente essa pessoas também são tratadas de maneira diferente. Ou seja, além de um problema para serem aceitos oficialmente, a sociedade japonesa costuma a responder com preconceito os refugiados.


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As histórias dos imigrantes ilegais no Japão

Como mostrou o site de notícias do Japão NHK, uma dessas histórias de crianças filhos de imigrantes ilegais no Japão é a de Samwel.

Samwel nasceu no Japão logo depois de seus pais terem chego ao país. Seu irmão, Elikami, nasceu dois anos depois. Na época, seus pais trabalhavam em empregos de meio período com vistos temporários que são concedidos para quem é refugiado.

Porém, no ano de 2017, nove anos depois de sua família chegar ao Japão, sua mãe, Moloko Bikila, perdeu em uma semana o prazo para renovar os vistos dela e dos filhos. Assim, todos os três perderam o status de residência.

Quando isso acontece, o governo japonês convida os estrangeiros a irem embora. A mãe de Samwel insistiu que não havia lugar seguro para ela e seus filhos no Congo. Em janeiro de 2018, as autoridades de imigração japonesas a detiveram.

Em um dos raros casos, no ano de 2020 ela conseguiu sua liberdade provisória. Porém, ela permanece sem visto, o que faz com que ela não possa trabalhar, logo, dificultando em muito as condições da família.

As crianças frequentam a escola japonesa, porém, devido a história triste da família, enfrentam muitos problemas de adaptação.

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