Um vídeo lançado no mesmo dia da aprovação concedida ao governo japonês para lançar radiação no mar, tenta explicar para o mundo o que isso significa e quais são os danos que pode trazer para o meio ambiente.
O Japão pretende lançar no mar isótopos radioativos que derivam do vazamento de Fukushima. O vazamento aconteceu após o país ter sido atingido por um terremoto e um tsunami no ano de 2011 e os reatores da usina terem entrado em colapso e superaquecerem.
Conheça um pouco mais sobre esse desenho e também as preocupações do governo japonês em como lidar com essa situação que tem causado aflições e medo para o mundo inteiro.
Radiação no mar e um desenho animado
A Agência de Reconstrução é um braço do governo japonês que tem como missão lidar com os efeitos do terremoto e do tsunami de 2011. E uma das atividades dessa agência é a de manter as pessoas informadas.
Somado a isso, personagens fofinhos ilustrados costumam a fazer parte de campanhas de conscientização pública, mas é uma história diferente com um novo vídeo e panfleto que a Agência de Reconstrução acabou de lançar.
Agora, o desenho é para representar o trítio, um isótopo de hidrogênio radioativo. O vídeo e o panfleto foram divulgados na terça-feira, que, não por acaso, foi no mesmo dia em que o governo japonês aprovou um plano para despejar no oceano as águas residuais tratadas da Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, que ainda contém trítio.
Essas águas estão armazenada em tanques que estão na própria usina. Ali, essa água é tratada. Mas, os tanques devem ficar cheio até o final de 2022.
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Os tanques da Usina Nuclear de Fukushima Daiichi
Por mais que muitas pessoas possam se questionar sobre esses tanques, o que se sabe é que não é possível que eles sejam armazenados em outros locais. Eles só podem ficar ali na região da usina. É por conta disso que eles precisam ser esvaziados.
A agência de Reconstrução afirma que água a ser despejada no oceano tem sido tratada para remover todo o seu material radioativo, além do trítio, que como isótopo do hidrogênio apresenta um problema especial ao tentar separá-lo da água.
Assim, esse vídeo é apresentado enquanto uma medida de tentar acalmar as pessoas e dizer que o trítio está fraco o suficiente para não penetrar na pele humana. Além disso, esse mesmo material já pode ser encontrado na água da chuva, do mar, da torneira e até mesmo do corpo humano, onde não foi considerado prejudicial em quantidades pequenas.
Dessa maneira, trata-se de uma campanha de conscientização em que também se enfatiza que o trítio não se acumula no corpo humano, mas é eliminado como parte dos dejetos humanos líquidos.
Essa campanha é feita pela Agência de Reconstrução e tem o apoio não apenas do governo japonês, mas também da Agência Internacional de Energia Atômica. A água será ainda mais diluída antes de despejar a uma concentração de trítio que é apenas 1/7 da quantidade permitida para água potável de acordo com os Padrões da Organização Mundial de Saúde. Portanto, espera-se que não venha a fazer mal a seres humanos, como também às vidas que existem no oceano.