Uma empresa japonesa de moda e de outros acessórios – a Uniqlo – está sendo acusando por usar trabalho escravo da China em sua produção.
Os magistrados franceses abriram um inquérito sobre alegações de que quatro grupos de moda, incluindo a Uniqlo e a Zara, lucraram com o trabalho forçado da minoria uigur na China.
Saiba maiores informações a seguir que foram divulgadas pelo site Japan Today.
Empresa japonesa de moda acusada de usar trabalho escravo
Magistrados da promotoria nacional antiterrorismo em Paris estão investigando alegações de que as empresas multinacionais são cúmplices de crimes contra a humanidade, disse uma fonte, confirmando um relatório no site de investigação Mediapart.
O caso é baseado em uma queixa apresentada em abril de 2021 pelo grupo anticorrupção Sherpa, a filial francesa da Campanha de Roupas Limpas e o Instituto Uigure da Europa, bem como por uma mulher uigur que havia sido mantida em um acampamento em Xinjiang, China.
Eles acusaram a Inditex, proprietária espanhola da Zara e de outras marcas de ponta, Uniqlo, o grupo de moda francês SMCP e a fabricante de calçados Skechers de usar algodão produzido na região de Xinjiang.
Grupos de direitos humanos acreditam que pelo menos um milhão de uigures e outras minorias majoritariamente muçulmanas foram encarcerados em campos na região de Xinjiang, onde a China também é acusada de esterilizar mulheres à força e impor trabalho forçado.
Por conta disso, os Estados Unidos dizem que o “genocídio” foi infligido aos uigures e outras minorias muçulmanas na região, enquanto Pequim negou todas as alegações de abusos e insistiu que suas políticas em Xinjiang são necessárias para combater o extremismo violento. Mas, o que se sabe, é que ocorrem muitas violências pela região e que precisam ser devidamente apuradas.
Leia também:
- Japão e Nobel: já são quase 30 prêmios para mentes ilustres do país;
- Quem são as personalidades das novas cédulas de dinheiro do Japão?;
- Cultura kawaii ajudou Japão a se recuperar após crise financeira.
Assim, os EUA anunciaram proibições de importação de um boa quantidade de empresas que operam em Xinjiang, incluindo a fabricante de painéis solares Hoshine Silicon Industry.
Dessa maneira, várias grandes marcas de consumo, incluindo Uniqlo, H&M, Nike e Adidas, anunciaram no ano passado que parariam de comprar algodão da região, levando a chamadas de boicote na China.
Porém, logo a Inditex contestou que havia usado algodão de Xinjiang.
“O grupo tem controles rigorosos de rastreabilidade que nos permitiram determinar que as alegações na denúncia são infundadas”, disse um representante da empresa.
Assim, a empresa tem uma “política de tolerância zero para o trabalho forçado” e tem “procedimentos em vigor que garantem que a prática não existe em nossa cadeia de suprimentos”, acrescentou o representante.
A Uniqlo, que tomou uma posição pública contra o trabalho forçado dos uigures, é acusada de ter adquirido algodão da província de Anhui onde milhares de trabalhadores uigures foram transferidos.
A SMCP é supostamente acionista de uma empresa com fábricas em Xinjiang, mas a empresa refutou isso e disse que trabalharia com investigadores.
Fonte: Japan Today.