A inflação no Japão tem se tornado um problema cada vez mais debatido pelo governo do país. Com o aumento dos preços, as pessoas estão tendo de optar por produtos mais baratos e mesmo assim estão com um custo de vida mais elevado.
Veja aqui mais sobre esse tema e como ele pode afetar os brasileiros que estão trabalhando no Japão.
A inflação no Japão antes da pandemia
Durante anos, enquanto o Japão tentava impulsionar seu crescimento econômico cronicamente fraco, perseguia o que seu banco central via como uma fórmula mágica: inflação mais forte e iene mais fraco.
Não funcionou exatamente como pretendido. A inflação nunca atingiu a meta modesta do governo, apesar das taxas de juros baixíssimas e dos muitos estímulos fiscais. Os salários dos trabalhadores estagnaram e o crescimento permaneceu anêmico.
Entretanto, agora o Japão conseguiu atingir essa meta de inflação. Mas, os resultados não são como os esperados.
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A inflação no Japão durante a pandemia
Embora a inflação geral permaneça moderada, os custos de alimentos e energia estão subindo. E isso está tanto relacionado com a pandemia do coronavírus, como também com a guerra da Ucrânia.
Para piorar a situação, o iene atingiu uma baixa de duas décadas em relação ao dólar. Portanto, com relação aos brasileiros que estão no país, podemos ver que a capacidade de compra deles diminuiu e, se convertermos o iene para real, o valor que recebem também diminuiu.
A inflação tem sido um desafio para a terceira maior economia do mundo. Além disso, o aumento dos preços assustou os consumidores japoneses acostumados a décadas de estabilidade, e o iene fraco está fazendo com que a economia dentro do país fique pior ainda e, diante da atual conjuntura do mundo, os investimentos exteriores não estão chegando como era o esperado.
De acordo com o jornal The New York Times: “A desvalorização do iene está atacando o ponto mais fraco da economia”, disse Takahide Kiuchi, economista do Instituto de Pesquisa Nomura que atuou no conselho de políticas do Banco do Japão. As famílias, disse ele, “estão enfrentando um aumento nos preços de todos os bens importados” e “a situação está minando o sentimento do consumidor mesmo antes da inflação real”.
As preocupações com a desvalorização do iene refletem uma mudança gradual na economia japonesa na última década.
Antigamente, um iene fraco seria motivo de comemoração, pois isso tornaria as exportações japonesas mais baratas no exterior, aumentando o valor da receita obtida no exterior e atraindo investimentos estrangeiros.
Mas a exportação agora é menos importante e as empresas – que buscam evitar restrições comerciais e aproveitar os custos trabalhistas mais baratos – começaram a produzir mais de seus produtos no exterior. Portanto, isso não rendeu o resultado esperado para o país.
Entretanto, a boa notícia para os trabalhadores brasileiros no no Japão, é que os salários quase não mudaram, e os altos níveis de emprego do país permaneceram relativamente estáveis . Isso significa que a inflação do Japão, que no geral permanece abaixo da meta do governo de 2%, provavelmente é impulsionada por questões do lado da oferta causadas pela guerra e pela pandemia, e não pelo aumento da demanda que as baixas taxas de juros devem produzir.
Fontes: Japan Today, Japan Times e Thw New York Times.