“Pikachu” poderá ser usado como nome, apesar de lei rigorosa sobre nomes no Japão

Os nomes no Japão costumam a ser bem diferentes dos nomes ocidentais e também entre eles. Isso acontece, via de regra, por conta dos kanji que permitem mais de uma leitura. Assim, diferentes combinações de kanjis podem ter diferentes significados e se pronunciar de diferentes maneiras.

Esse é um dos motivos para que o país tenha um rigoroso sistema para nomear as pessoa. De maneira que, certos nomes são até mesmo proibidos e determinadas combinações entre kanjis também não podem acontecer.

Entretanto, esse sistema está pasando por uma reforma. E esta reforma pretende agregar outros nomes. Entre eles, “Pikachu”. Está certo que dificilmente você deve conhecer hoje alguém com esse nome. Mas, talvez, no Japão haja uma demanda para homenagear esse lindo personagem amarelinho.

Conheça aqui mais sobre esse sistema de nomeação no Japão e a reforma pela qual ele está passando. Você chamaria seu (sua) filho (filha) de PIkachu?

Os nomes no Japão sob reforma

Um subcomitê de um órgão consultivo do ministro da Justiça do Japão, está discutindo regras para um novo sistema de incorporação de caracteres fonéticos. Isso significa que esse comitê está realizando uma “lista” para auxiliar a leitura de nomes kanji em registros familiares do Japão. O mais interessante é que esse comitê apresentou alguns nomes inusitados.

A Lei de Registro de Famílias atualmente não tem provisões sobre auxílios de leitura para nomes, e caracteres fonéticos indicando como pronunciar nomes que não estão no registro de família. Como organizar nomes por símbolos fonéticos, que correspondem a cerca de 50 sons, é mais conveniente do que lidar com nomes em caracteres kanji – complexos com uma gama diversificada – em meio à digitalização de processos administrativos, o subcomitê vem discutindo o novo sistema para incluir a leitura ajuda em caracteres fonéticos ao lado de nomes no registro da família.

A proposta recente afirmava que os auxiliares de leitura seriam indicados em hiragana ou katakana, os dois tipos de silabários fonéticos japoneses. Assim, apresentou três planos sobre os tipos de auxílios de leitura que serão permitidos, principalmente para nomes referidos como “nomes kira-kira“, cujos caracteres kanji são lidos de forma diferente de sua pronúncia convencional.


Leia também


Dentre eles, a proposta mais relaxada era “não estabelecer regras na Lei de Registro de Família” e permitir nomes inusitados, excluindo casos como “Akuma” (que significa “diabo”) que possam ser suspeitos de violar a ordem pública e os padrões morais, como bem como o bem-estar da criança.

A proposta mais estrita estabeleceu um plano para limitar os nomes àqueles com “as leituras usuais ou habituais de caracteres kanji” ou “pronúncia que pode ser reconhecida como associada aos caracteres kanji”. Por exemplo, sob esta proposta, o caractere chinês que denota “mar” ou “marinho” pode ser lido como “Marin”, enquanto um nome combinando um caractere kanji que significa “luz” ou “brilho” e um caractere convencionalmente lido como “chu” pode ser lido como “Pikachu”, pois esses casos podem ser considerados como tendo ligações entre o kanji e suas leituras. No entanto, leituras de nomes que se desviam dos caracteres kanji podem não ser permitidas.

Fonte: Mainichi.JP