Japão promete combater kafunsho, problema que atinge 40% da população

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, prometeu enfrentar o kafunsho, uma alergia ao pólen que afeta 40% da população do país. Essa condição, também conhecida como febre do feno, se tornou um problema de saúde pública no Japão, exigindo ação governamental urgente.

A “doença nacional” e seu impacto

O pólen de cedros e ciprestes tem dificultado a vida de muitos japoneses, sendo considerado uma “doença nacional”. Em Tóquio, os níveis de pólen atingiram seu pico em uma década, e o primeiro-ministro já declarou que a febre do feno se tornou um “problema nacional”. Ele garantiu que o governo está buscando soluções eficazes.

A preocupação de Fumio Kishida vem após um deputado do Partido Liberal Democrático descrever a alergia como uma “doença nacional” e afirmar que o atual primeiro-ministro “entraria para a história” se conseguisse erradicá-la.

Quase 40% da população japonesa apresenta sintomas de febre do feno, como coceira, olhos lacrimejantes e espirros, assim que os cedros e ciprestes começam a liberar pólen no início do ano. Esse aumento nos casos de febre do feno explica por que muitos japoneses continuam usando máscaras ao ar livre, apesar do recente relaxamento das diretrizes governamentais relacionadas ao uso de máscaras para prevenir a propagação da COVID-19.


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Causas do aumento do pólen

O aumento da febre do feno no Japão é atribuído a um programa de reflorestamento pós-guerra, no qual árvores foram plantadas em ritmo acelerado para ajudar na reconstrução do país. Contudo, nas décadas de 70 e 80, o preço dos materiais de construção importados caiu, fazendo com que as florestas japonesas crescessem, o que levou ao aumento do pólen no ar.

A atual temporada de pólen já causou um aumento na demanda por anti-histamínicos e outros produtos, como sprays nasais e óculos de proteção. Algumas lojas relataram que as vendas dobraram em comparação com os primeiros três meses de 2022.

Uma pesquisa afirmou que as vendas de tratamentos como sprays nasais anti-inflamatórios dobraram na semana de 27 de fevereiro. E as vendas de colírios antialérgicos aumentaram 233%.

As altas temperaturas agravaram a situação dos pacientes com febre do feno, com a liberação de pólen começando duas semanas mais cedo.

O plano de Kishida pode incluir o reflorestamento com árvores que liberem menos pólen e a produção de um tipo de arroz que alivia a febre do feno.

O Ministério do Meio Ambiente já alertou Tóquio e outras 11 prefeituras sobre o maior registro de pólen de cedro em dez anos. Isso levou algumas empresas a oferecerem “subsídios para a febre do feno” aos funcionários, ajudando a custear os tratamentos.

Em um estudo realizado em 2020 com pacientes com febre do feno, cerca de 80% relatou que os sintomas se tornaram mais leves com os tratamentos.

O maior fabricante de máscaras afirmou que “com uma quantidade de pólen tão elevada este ano, é pouco provável que o uso de máscaras termine rapidamente”.

Fonte: Kyodo

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