Yukio Mishima (1925-1970) com toda a certeza é um dos mais importantes escritores do cânone da literatura japonesa. Autor de obras consagradas como “Confissões de uma máscara” (1948) e da tetralogia “Mar da fertilidade” (1969-1970), foi indicado três vezes ao Prêmio Nobel de literatura, embora não tenha conseguido ganhar nenhum deles.
Ficou famoso logo em seu primeiro livro “Confissões de uma máscara” que certamente possui muitos elementos autobiográficos, embora não seja considerado como tal.
No entanto, neste post não falaremos sobre sua brilhante carreira literária, mas sim sobre o estranho e curioso modo como morreu, aos 45 anos de idade, no auge de sua carreira.
Deixando para trás o passado de saúde e corpo frágeis, depois de adulto passou a praticar diversas artes marciais, desenvolveu seu corpo ao máximo como halterofilista e passou a seguir o bushido (código de conduta samurai).
Sempre polêmico e com opiniões políticas de extrema direita, funda o Tatenokai (Sociedade do Escudo). Com este grupo, invade o quartel general das Forças de Autodefesa do Japão em 25 de novembro de 1970, onde rende o comandante e tenta aplicar um golpe de estado. O golpe falha e como resultado comete seppuku (também conhecido como harakiri), o suicídio ritualístico cometido por guerreiros samurais.
No entanto, segundo seu biógrafo John Nathan, esta tentativa de golpe de estado era apenas um pretexto, um palco montado e planejado por ele mesmo para sua morte.
Mishima possuía obsessão com sua forma física, e envelhecer não estava em seus planos. Queria morrer enquanto estivesse no auge de sua forma física e talentos. A morte também é um tema recorrente em sua obra. E vê-se que levava suas obsessões às últimas consequências.
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A seguir há um pequeno filme, intitulado Patriotismo ou Rito de Amor e de Morte (1966), dirigido e estrelado pelo próprio Yukio Mishima. Baseado em seu conto “Yuukoku” (Patriotismo), este filme é quase uma premonição do que ele viria a fazer quatro anos depois (ou já estava em seus planos?).