Pouco ou quase anda se comenta no ocidente sobre a luta das mulheres no Japão, entretanto, a revista Seitô é um desses símbolos.
A primeira edição da revista data de 1911, um momento em que o Japão já tinha aberto seus portos para o ocidente e passava por uma verdadeira modernização. Assim, entre tantas discussões que chegaram ao país, não poderia faltar a questão das mulheres e seus direitos.
Dessa maneira, veja aqui neste artigo um pouco mais sobre esta revista e como ela permanece sendo importante, entre tantas coisas, para as conquistas de direitos das mulheres japonesas até hoje.
A história da revista Seitô
A revista Seitô era volta à literatura. Mas mesmo assim, possuía uma atuação política e lutava pelo direito das mulheres.
Inicialmente, a revista foi fruto da organização Seitô-Sha, em que estavam presente as mulheres Hiratsuka Raicho, Yasumochi Yoshiko, Mozume Kazuko, Kiuchi Teiko e Nakano Hatsuko.
Posteriormente, entraram outras mulheres tanto para a organização, como também na editoração da revista.
Raicho Hiratsuka foi a primeira editora da revista, depois foi a vez de Itô Noe, uma japonesa anarquista. Quando a revista esteve com a direção de Hiratsuka, tinha como objetivo conscientizar as mulheres sobre suas condições por meio da literatura.
Entretanto Hiratsuka não era a única escritora da revista, havia outras mulheres japonesas que também estavam envolvidas tanto na escrita, como também na tradução de artigos e elaboração de de desenhos para a capa ou para o meio do periódico. Assim, já no primeiro número, foram vendidas mais de mil cópias. Além disso, a redação recebeu mais de 3 mil cartas de mulheres solicitando conselhos, bem como assinatura da revista.
No auge da revista eram vendidos mais de 3 mil exemplares. Entretanto, a revista sempre sofreu com perseguições, que aumentaram ainda mais quando Ito Noe assumiu a coordenação e publicava textos menos literários e mais voltados à revolução social.
Sendo assim, a revista foi encerrada em 1916, pois quase ninguém mais a comprava. Isso porque, o governo japonês ameaçou s distribuidores de multá-los caso andassem com a revista.
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A proibição da revista Seitô
Devido à contundência dos escritos e também por trazerem novas perspectivas para as mulheres japonesas, a revista foi considerada como um perigo à sociedade. Sendo assim, foi proibida pelo governo e as revistas recolhidas.
As críticas do governo direcionavam-se principalmente pela revista abordar a sexualidade feminina e também o capitalismo no Japão. Muitas revistas chegaram até mesmo a serem retiradas de prateleiras das bancas de jornais pelo governo.
Quando houve a proibição de portar a revista, em 1916, o governo pautou a decisão na chamada Política Nacional. Portanto, as mulheres se viram obrigadas à acabar com a revista. Entretanto, ela permaneceu viva entre as mulheres que a tinham lido e até hoje permanece como uma importante referência para a luta das mulheres no mundo inteiro.